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O que aconteceu com as grandes promessas de equipamentos culturais ou de turismo como o Teatro de Cubatão ou o Centro de Convenções de São Vicente? E com os históricos do Teatro Rosinha Mastrângelo e da Cadeia Velha de Santos? Abandono, obras nunca finalizadas, mudança na utilidade do prédio: por que eles não foram utilizados para o que foram criados – cultura, lazer e turismo? As respostas podem estar na ponta da língua de alguns ou bem longe do pensamento de outros, mas o Diário do Litoral explica o que pode parecer inexplicável.
Começando por Santos. Quem passa pela entrada do Mastrângelo percebe um movimentação de obras no local com um monte de areia e restos de construção espalhados. Mas não se iluda – as intervenções acontecem no Centro Cultural Patrícia Galvão e não garantem a reabertura do teatro.
O Rosinha Mastrângelo está fechado desde 2009 devido a infiltrações sob o tablado e no teto. Segundo a Administração Municipal, a Secretaria de Cultura (Secult) tem projeto elaborado para a reabertura do teatro, que prevê, além da eliminação das infiltrações sob o palco, a instalação de novo tablado, recuperação da cabine de som, do ar-condicionado, das arquibancadas, camarins e sanitários. No entanto, a Secult ainda busca parcerias para a realização da obra, orçada em cerca de R$ 400 mil. Ou seja, ainda sem data prevista para início das obras e reabertura do teatro.
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Já o problema da Cadeia Velha é um pouco maior. As portas também estão fechadas por conta dos problemas estruturais do prédio, mas a polêmica em cima do equipamento é outra. O Estado e a Prefeitura não apresentaram projetos para o local oficialmente, mas sabe-se que o Governo estadual vislumbra a possibilidade de transformar o local em um novo museu. Só a hipótese já revoltou a classe artística da Cidade, que propõe que o equipamento se torne um formador e fomentador de cultura. O tempo para decidir a utilidade do local pode ser curto: as obras de restauração da Cadeia Velha têm previsão de entrega para fevereiro de 2016. Até lá, qual será a definição?
A classe cultural se reuniu em maio com o Estado e com a Prefeitura, mas nada ficou acertado.
São Vicente
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Na cidade vizinha, os problemas não são diferentes. O Centro de Convenções de São Vicente – equipamento criado para receber eventos turísticos e culturais – está em estado de abandono. E este problema, assim como os outros acima, já foi denunciado pelo DL: equipamentos de ginástica e material de escritório (incluindo documentos) da Prefeitura abandonados, água jorrando de cano devido ao furto de uma torneira, cabines primárias de energia sem fiação e até equipamentos que poderiam ser usados por pessoas portadoras de deficiência largados. Esse é parte do cenário encontrado no local.
O local já sofreu com incêndio, já virou depósito de descarte irregular de lixo em seus arredores e pouco serviu para a sua finalidade inicial. A discussão agora é: o que será feito do local? Vai permanecer como está, vai passar por reforma ou vai ser transformado em Hospital Regional (como já foi proposto)?
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Para a Prefeitura de São Vicente, transformar o prédio em hospital é o melhor caminho. “Proposta ratificada pelos demais municípios da Região Metropolitana, e apoiada pelo ministro da Saúde, Arthur Chioro, em várias ocasiões. O mesmo, inclusive, já se comprometeu com 50% dos recursos necessários à construção e também do posterior custeio. Tal proposta aguarda no momento a manifestação do Governo do Estado, quanto aos 50% restantes”, explica.
Até decidir de fato o que será feito com o equipamento, o Centro de Convenções permanece interditado “sob o risco iminente de desabamento”, conforme declarado do auto de interdição do local.
Cubatão
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Parece que transformar equipamento culturais em unidades de saúde é tendência entre as prefeituras da Região. Seguindo sua promessa de campanha das últimas eleições, a prefeita Marcia Rosa (PT) garante que o Teatro Municipal de Cubatão se tornará em um centro de especialidades clínicas para formar o Quarteirão da Saúde, integrado ao Hospital Municipal, a futura policlínica que será reconstruída e aos Pronto-Socorros Central e Infantil. Segundo a Prefeitura, a licitação para a construção do Quarteirão da Saúde será aberta no próximo mês.
De todos os problemas apontados, o Teatro de Cubatão é o mais antigo. Há quase 30 anos o prédio está em obras. Mas, este ano, a situação está pior: portas quebradas, muros pichados e lixo espalhado por todo lado. O estado de abandono é chamariz para usuários de drogas, moradores de rua e mosquitos da dengue. Na parte interna, muito lixo, vazamento, fezes, preservativos usados e um cheio insuportável confirmam a degradação do local.
O Teatro de Cubatão já gastou milhões em verbas públicas e privadas para chegar a esta situação. E a as paralisações nas obras do local se iniciaram nos anos 90, em uma guerra de egos entre os prefeitos Nei Serra e Osvaldo Passarelli, que alternaram a cadeira do Executivo por anos. Passarelli queria o teatro pronto, mas não entregava. Quando Serra assumia, parava as obras do teatro e começava a do Hospital Modelo, hoje o Hospital Municipal. No governo Clermont ainda houve uma esperança, mas não durou muito. O teatro fechou as portas e pode nunca mais abrir para a mesma finalidade pela qual foi criado.
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