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Projeto discutido desde 2009 pelo Conselho de Desenvolvimento da Região Metropolitana da Baixada Santista (Condesb), o sistema hidroviário voltou a ser debatido em reunião do conselho, ontem, em Itanhaém.
O presidente da Agência Metropolitana da Baixada Santista (AGEM), Marcelo Bueno, apresentou o cronograma da iniciativa, que vem sendo seguido desde setembro, e os avanços nos estudos para a implantação do sistema.
Apesar de esperançoso, Bueno citou como entraves as questões econômica e técnica. “Entraves que posso elencar é o econômico e a configuração técnica específica para trechos do sistema. Você não pode usar uma embarcação só, você tem que ter várias configurações. Isso demanda um custo pouco elevado e que alonga o projeto”.
O presidente da AGEM destacou a questão econômica. Segundo ele, se a conta não fechar, é impossível o projeto ter sequência. “Hoje, utilizar todas as vias navegáveis da Região, tecnicamente, pode ser possível, mas não economicamente. Você tem que fechar a conta. É primordial. Sem isso, não tem como transformar o sistema em um sistema confiável. Uma hora ele pode iniciar, mas parar. Você pode ter início, mas não o término, ter rotas precárias”.
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A embarcação também foi um tema discutido por Bueno. Em recente vistoria, a bordo de uma embarcação do tipo catraia, ele levou duas horas para ir do canal do Porto de Santos até a Usiminas, em Cubatão. Para ele, tal tipo de embarcação é inviável para um sistema hidroviário. “Ela anda muito devagar. Quem pega ônibus vai optar por qual? Se levar duas horas para ir de Santos a Cubatão, a pessoa irá preferir o ônibus. A configuração da embarcação é importante. Existem partes da potencial hidrovia que não poderão atingir velocidades muito elevadas, por conta de problemas ambientais e até por conta das regras da Capitania dos Portos. Existem outros trechos que a velocidade pode ser maior. Essa compensação tem que ser calculada em termos técnicos e econômicos”.
Bueno destacou os avanços do projeto a partir de 2013. “Nós tivemos a chancela do conselho para elaborar um plano específico técnico-econômico junto aos órgãos do Estado para implantação do sistema. Isso nós conseguimos fazer depois de exaustivas reuniões junto à Secretaria de Logística e Transportes, onde o Departamento Hidroviário é vinculado, e de lá para cá, ele tem sido nosso maior parceiro, dando liberdade para opinarmos, interferirmos em algumas questões pessoais da Região, e acima de tudo, nos trouxeram uma parceria com o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), que já trata da questão hidroviária no Estado, especialmente na hidrovia Tietê-Paraná”.
Apesar dos entraves, o presidente da AGEM segue confiante que o sistema hidroviário na Baixada Santista deverá sair do papel. Ele vê os estudos em nível avançado. “Em setembro do ano passado, nós iniciamos um cronograma que está sendo seguido à risca junto aos seis primeiros municípios, os mais centrais. Os outros três entrarão no futuro, com uma navegação que atenda termos mais costeiros. A parceria com o IPT agrega valores técnicos muito importantes e leva a eles a realidade da nossa Região. Ele está conhecendo nosso potencial in loco e intensificando a nossa ideia de transformar o sistema hidroviário num modal complementar ao rodoviário e ferroviário. Eu acredito que é questão de tempo. O estudo está muito avançado”.
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