Cotidiano

Engenheiro da Petrobras diz que pressa explica contratos sem licitação

O engenheiro, que foi gerente de Compras para Empreendimentos, disse que a construção de uma das unidades do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro foi assinada sem licitação

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 10/06/2015 às 15:15

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O atual gerente executivo de Engenharia na Área de Abastecimento da Petrobras, Maurício Guedes, disse hoje (10) que, nos 28 anos em que trabalha na estatal, nunca recebeu oferta de vantagem para fechamento de contratos.

Guedes não é investigado pela operação Lava Jato, mas foi convidado como testemunha para prestar informações à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras que hoje ouve mais cinco funcionários e ex-funcionários de segundo e terceiro escalões da empresa.

O engenheiro, que foi gerente de Compras para Empreendimentos, disse que a construção de uma das unidades do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro foi assinada sem licitação. “Este contrato era crucial para o cumprimento de prazo. Faria sentido que a assinatura acontecesse o mais breve possível”, explicou.

Segundo ele, a licitação foi dispensada após decisão da diretoria executiva que era ocupada na época por Renato Duque e Paulo Roberto Costa, ambos delatores das investigações conduzidas pela Polícia Federal para apurar corrupção na Petrobras.

Guedes explicou que a obra foi estimada em R$ 3,8 bilhões e que a proposta inicial apresentada pelo consórcio que integrava, entre outras empresas, o Grupo Toyo, era de R$ 4 bilhões.

Guedes explicou que a obra foi estimada em R$ 3,8 bilhões (Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil)

“Tomamos a decisão que iriamos negociar para ficar abaixo da estimativa”, explicou, destacando que a estatal conseguiu reduzir os valores, mas não negociou descontos após a assinatura do contrato.

Questionado sobre a relação com Paulo Roberto Costa e com o ex-gerente de Serviços da estatal Pedro Barusco, o engenheiro garantiu que eram restritas ao trabalho interno e garantiu não manter qualquer outro vínculo fora da empresa.

Com Júlio Camargo, executivo da empreiteira Toyo Setal, o engenheiro admitiu ter se encontrado várias vezes para negociações em torno do contrato. “É um procedimento previsto”, explicou.

Ele assegurou não ter conhecimento de que Camargo integrava o cartel de empresas que obtinha vantagens em acordos com a estatal. “Meu papel era coordenar as negociações”, destacou, explicando que as negociações eram feitas com empresas que a Petrobras tinha decidido contratar.

Sobre a rede de gasodutos Gasene, que liga o Sudeste ao Nordeste, suspeita de gerar preços superfaturados em mais de 1.800% em um dos principais trechos, Guedes disse que não participou da concepção do projeto, mas acompanhou a fase final da execução das obras. Evitando uma análise aprofundada sobre a viabilidade do negócio, ele afirmou que “pelas discussões internas, parece que foi estratégia correta que gerou resultados”.

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