Cotidiano

Empresas empreendedoras reduziram contratações entre 2010 e 2012, mostra IBGE

Elas também respondiam por 7,6% do total de empresas com 10 ou mais pessoas ocupadas assalariadas, contra uma fatia de 7,7% em 2011.

Publicado em 12/12/2014 às 12:37

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As companhias empreendedoras mantiveram sua participação entre as empresas ativas no País, mas desaceleraram o ritmo de contratações e reduziram os salários, segundo as Estatísticas de Empreendedorismo 2012 divulgadas nesta sexta-feira, 12, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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Na pesquisa, as empresas de alto crescimento são aquelas que aumentaram em pelo menos 20% ao ano o número de empregados por um período de três anos consecutivos e tinham pelo menos 10 pessoas ocupadas assalariadas no ano inicial de observação.

Em 2012, o País tinha 35.206 empresas consideradas de alto crescimento, acima das 34.528 registradas em 2011. No entanto, essas empresas empreendedoras ainda equivaliam a 0,8% do total de companhias ativas na economia, mesmo montante registrado no ano anterior. Elas também respondiam por 7,6% do total de empresas com 10 ou mais pessoas ocupadas assalariadas, contra uma fatia de 7,7% em 2011.

No triênio de 2010 a 2012, as empresas empreendedoras apresentaram um crescimento médio de pessoal ocupado de 167,8%, o equivalente à geração de 3,3 milhões novos postos de trabalho, ou 58,3% das vagas criadas pelo conjunto de empresas ativas com ao menos uma pessoa ocupada assalariada no período. No entanto, nos triênios anteriores, a taxa de crescimento de empregados era de aproximadamente 175,5%, o equivalente a uma queda de 7,6 pontos porcentuais no triênio encerrado em 2012.

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Houve ainda uma redução no salário médio mensal, de 2,7 salários mínimos em 2010 e 2011 para 2,5 salários mínimos em 2012. Entre as empresas de alto crescimento, destacam-se por pagar salários médios mensais acima da média os setores eletricidade e gás (8,2 salários mínimos); indústrias extrativas (7,4 salários mínimos); e atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (5,9 salários mínimos).

A publicação traz ainda informações sobre os setores de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) e Atividades Intensivas em Conhecimento (AIC) pela primeira vez. Em 2012, das 38.003 empresas dos setores AIC, 3.411 (9,0%) eram empresas de alto crescimento. Entre as 1.809 empresas dos setores TIC, 182 (10,1%) eram empreendedoras. Das 6.635 empresas que pertenciam simultaneamente aos setores AIC e TIC, 845 (12,7%) eram de alto crescimento.

As companhias empreendedoras mantiveram sua no País, mas desaceleraram o ritmo de contratações (Foto: Arquivo/DL)

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Grande porte

As empresas de grande porte reduziram sua participação entre as companhias de alto crescimento. A fatia de companhias nessas condições com 250 empregados ou mais caiu de 9,6% em 2011 para 9,4% em 2012. Ainda assim, o Brasil ainda tem mais empresas de grande porte entre as empreendedoras do que qualquer país pesquisado, segundo o IBGE. Por outro lado, as empresas de menor porte, com 10 a 49 empregados, aumentaram sua participação, de 51,5% em 2011 para 51,7% em 2012.

A idade média das empresas de alto crescimento no ano da pesquisa era de 13,8 anos. Mas as companhias 'gazelas', com até três anos de idade no ano inicial de observação, elevaram sua representatividade em relação às empresas de alto crescimento, de 12,4% em 2011 para 13,3% em 2012. No último ano, as gazelas somavam 4.671 empresas.

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O IBGE notou ainda que, entre as empresas de alto crescimento existentes em 2009 (30.935 no total), 12.747 (41,2%) continuaram a crescer a 20% em 2010, 5.502 (17,8%) mantiveram esse crescimento em 2011 e, 2,5% (781) ainda em 2012. Essas empresas, chamadas de alto crescimento total contínuo, ocupavam 554.594 pessoas assalariadas e pagavam R$ 14,0 bilhões em salários e outras remunerações em 2014.

A pesquisa considera como empresas de alto crescimento aquelas que aumentaram em pelo menos 20% ao ano o número de empregados por um período de três anos consecutivos e tinham pelo menos 10 pessoas ocupadas assalariadas no ano inicial de observação.

Regiões

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As empresas empreendedoras estão mais presentes no Norte e Nordeste do País, tanto para o número absoluto de unidades quanto para o pessoal ocupado. Os Estados com maior concentração de pessoal ocupado nesse tipo de empresa são Maranhão (onde 31,8% dos ocupados estão em companhias empreendedoras), Roraima (27,3%), Acre (25,1%), Amapá (23,3%) e Tocantins (23,0%).

Dentre as empresas de alto crescimento, as seções que mais empregaram em 2012 foram indústrias de transformação (21,5%); atividades administrativas e serviços complementares (19,6%); comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (17,5%); e construção (17,2%).

Mulheres

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A participação das mulheres no pessoal ocupado assalariado aumentou entre 2010 e 2012 nas empresas de alto crescimento (de 32,4% para 33,5% no período) e nas companhias gazelas (de 33,0% para 35,9%), acompanhando a tendência verificada nas empresas ativas com 10 ou mais pessoas ocupadas assalariadas (de 34,2% para 35,7%).

Nas empresas de alto crescimento, a participação feminina no pessoal ocupado assalariado é maior nas seções saúde humana e serviços sociais (74,5%); educação (64,2%); alojamento e alimentação (58,7%); e atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (57,9%). O setor de construção é o que apresenta a maior concentração de homens (91,6%).

Quanto ao nível de escolaridade dos trabalhadores, as empresas gazelas apresentaram, em 2012, menor participação de empregados com ensino superior (apenas 7,6% em relação ao total de assalariados) do que as empresas de alto crescimento em geral (9,3%) e do que o total de empresas ativas com 10 ou mais pessoas ocupadas assalariadas (11,5%). No entanto, houve melhora no grau de instrução de funcionários em relação a 2011 nos três grupos de empresas.

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Nas companhias empreendedoras, destacam-se pelo elevado porcentual de pessoal ocupado com ensino superior as seções educação (52,8%); artes, cultura, esporte e recreação (40,4%); atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (39,7%); informação e comunicação (36,3%); e eletricidade e gás (36,1%). Os menores porcentuais foram registrados nos setores de agricultura (4,2%); e água, esgoto, atividades de gestão de resíduos e descontaminação (4,4%).

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