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Na terça-feira, 6, o administrador Eric Marcos teve de ligar cinco vezes para a namorada até conseguir conversar sem que a ligação caísse. O problema dele com celular não para por aí. Toda vez que sai de São Paulo para visitar a família em São José dos Campos, no interior de São Paulo, é obrigado a ligar e desligar o celular para tentar reavivar o sinal do aparelho.
"Não existe um dia que eu não passe um estresse com o celular", afirma o administrador. "Tudo isso vai criando um desgosto muito grande." No mesmo dia, no município de Miguel Pereira, no Rio de Janeiro, a advogada Ingrid Laport tentava driblar a falta de sinal do bairro, incomunicável há cinco dias. "Não dá para fazer reclamação pelo celular porque não tem sinal. E no telefone fixo a ligação cai toda hora", afirma.
Eric e Ingrid não estão sozinhos. São milhares de brasileiros que enfrentam problemas com empresas de telefonia. No primeiro semestre, o site Reclame Aqui registrou pouco mais de 128 mil queixas contra o serviço das principais empresas de telefonia. No Procon-SP, as maiores teles ficaram no topo do ranking de atendimentos no período. "Temos uma distorção nesse setor: o brasileiro paga muito pelo serviço de telefonia por um serviço de baixa qualidade", afirma Renan Ferraciolli, assessor chefe do Procon-SP.
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Em julho, segundo a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), o Brasil registrou 134,26 linhas para cada 100 habitantes. "O crescimento desse mercado não foi acompanhando pelo avanço em infraestrutura e qualidade no pós-venda", diz Ferraciolli. "Há casos emblemáticos de empresas que colocaram planos no mercado, aumentaram a venda, mas, depois, vê se alguém consegue falar direito? Não consegue."
Líder no ranking do Procon-SP, a Telefônica Vivo esclarece que "o volume de atendimentos (...) inclui não apenas reclamações, mas também simples consultas ou pedidos de informações." Segundo a empresa, nos atendimentos, estão agrupados "clientes das operações fixa, móvel e de TV. Essas reclamações representam 0,05% da base de 12 milhões acessos da cidade de São Paulo." A TIM afirmou que, "mesmo com o intenso crescimento de sua base de clientes, na ordem de 3 milhões de novas linhas em um ano", conseguiu se manter na sexta posição.
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