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O embaixador do Reino Unido, Alex Ellis, negou hoje (23) que as relações com o Brasil tenham sido prejudicadas pela detenção do brasileiro David Miranda, há cinco dias, no Aeroporto de Heathrow, em Londres (Reino Unido). Ellis reiterou que o tema é “policial e jurídico” e, não diplomático. Segundo ele, as relações bilaterais se mantêm “muito boas”.
“Temos [Brasil e Reino Unido] uma relação muito boa. Trabalhamos em conjunto em vários campos, como na defesa e preservação dos direitos humanos. Essa questão do Sr. David Miranda é um tema de polícia e da Justiça”, ressaltou o embaixador, em entrevista na embaixada britânica. “Não cabe ao governo britânico comentar”, alegou. Ellis está no Brasil há apenas quatro semanas
Porém, ontem (22), o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, condenou a decisão da polícia britânica de manter os documentos e o material apreendido com Miranda sob guarda até o dia 30. Patriota também reiterou a indignação pela retenção do brasileiro, por quase nove horas e incomunicável, e disse que o ato é injustificável.
Miranda é companheiro do jornalista Glenn Greenwald, que divulgou pelo diário inglês The Guardian informações sobre o esquema de espionagem do governo norte-americano. A polícia britânica anunciou hoje a abertura de uma "investigação criminal" para analisar os documentos confiscados de Miranda.
Ao mesmo tempo que há investigações, o Tribunal Superior de Londres determinou que as autoridades britânicas só poderão ter acesso limitado e durante uma semana ao material que foi confiscado do brasileiro. Os juízes determinaram na audiência preliminar que o governo e a polícia do Reino Unido só poderão examinar, copiar ou divulgar a informação armazenada nos dispositivos eletrônicos para "proteger a segurança nacional".
Os advogados de Miranda pediram ao tribunal britânico para proteger a confidencialidade dos documentos apreendidos, descrevendo-os como "material jornalístico sensível". A Scotland Yard, a polícia britânica, defende a aplicação da lei de combate ao terrorismo, que permite deter e interrogar pessoas em aeroportos, portos e zonas de fronteira.
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