Cotidiano

Em São Paulo, alunos não sabem nem o básico em Português

A qualidade da educação caiu no ensino médio e ficou estagnada no fim do fundamental, segundo o Índice de Desenvolvimento da Educação do Estado de São Paulo

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 27/03/2014 às 21:35

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Quase quatro em cada dez alunos chegaram ao fim do ensino médio na rede estadual de São Paulo sabendo menos do que o básico de Português. No 9.º ano, essa proporção é de três em cada dez. Como o Estado revelou nesta quinta-feira, 27, a qualidade da educação caiu no ensino médio e ficou estagnada no fim do fundamental, segundo o Índice de Desenvolvimento da Educação do Estado de São Paulo (Idesp).

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Os níveis de proficiência são organizados a partir da pontuação dos alunos nas provas de Português e Matemática no Sistema de Avaliação do Rendimento Escolar do Estado de São Paulo (Saresp). São quatro níveis: abaixo do básico, básico, adequado e avançado A secretaria de Estado da Educação considera como suficiente o desempenho dos alunos que fiquem entre os níveis Básico e Avançado. A pasta não informou, no entanto, as médias alcançadas pela rede nas duas provas - não é possível saber se houve piora nas duas avaliações.

A proporção de alunos que ficaram no pior nível de proficiência (abaixo do básico) aumentou tanto no ciclo 2 do fundamental (6º ao 9º ano) quanto no médio entre 2013 e 2012. No fundamental, 30% ficaram no patamar, ante 28,5% no ano anterior. São alunos incapazes, por exemplo, de organizar, em sequência, os episódios principais do enredo, em conto e fábula. Já no ensino médio, 39,6% estão nesse nível mais baixo, ante 34,4% em 2012. Com esse desempenho, um aluno do 3.º ano não consegue, por exemplo, distinguir um fato da opinião sobre esse mesmo fato em um artigo opinativo.

Quase quatro em cada dez alunos chegaram ao fim do ensino médio sabendo menos do que o básico de Português (Foto: Divulgação)

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Em Matemática, a proporção de alunos no nível mais baixo caiu nos anos finais do fundamental (de 36,6% em 2012 para 36,5% em 2013) e no médio (de 55,8% para 55%). Isso significa que esses alunos não conseguem identificar o raio de uma circunferência, por exemplo. O Idesp é calculado a partir dos resultados do Saresp e do fluxo (reprovação e abandono). Cada escola tem seu próprio índice, a partir do qual é mensurada a taxa da rede. Como o Estado revelou ontem, o ensino médio caiu de 1,91 para 1,83 e o ciclo final do fundamental ficou estagnado em 2,50 entre 2012 e 2013. As metas para 2030 são de 5 e 6, respectivamente. O governador Geraldo Alckmin (PSDB) comentou ontem o Idesp da rede. "O ensino médio é uma dificuldade no mundo todo", afirmou o tucano.

Comemoração

Alckmin comemorou o desempenho da rede nos anos iniciais (1.º ao 5.º ano). "É o melhor índice de toda a série histórica", disse. A etapa vem em ritmo de melhora e cresceu de 4,28 para 4,42 - a meta é de 7, também até 2030. Segundo dados da secretaria, 16,1% dos alunos do 5.º ano estão nos níveis abaixo do básico em Português (esse porcentual era de 18,1% em 2012). Em Matemática, o índice é de 26,1% no nível mais baixo (em 2012 era de 27,9%). A partir deste ano, a pasta divulgou dados de avaliação no 2º ano, em que 94,6% dos alunos estão entre os níveis básico e avançado em Português - o que representa, segundo a pasta, que já sabem ler e escrever.

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