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Após anos de reclamações ao longo de uma crise financeira, o Hospital São Paulo deve receber uma verba de R$ 58 milhões a ser provisionada pelo governo do Estado. O anúncio foi feito nesta segunda-feira (25) pelo governo paulista e visa evitar o colapso do hospital que é referência em atendimentos ambulatoriais e de alta complexidade no município.
De acordo com o governador Rodrigo Garcia (PSDB), parte da verba será usada para a reforma do pronto-socorro do hospital, sendo R$ 50 milhões para custeio e R$ 8 para a obra.
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"O pronto-socorro, que a partir de setembro vai estar reformado, atendendo a nossa população", disse Garcia. O valor de custeio extra será pago em nove parcelas, sendo a primeira já nesta segunda-feira (25).
O Hospital São Paulo tem como mantenedora a Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM) e pertence à Unifesp - Universidade Federal de São Paulo. A unidade funciona sob a rede do Sistema Único de Saúde, o SUS.
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Há anos o Hospital vem sendo alvo de reclamações relacionadas à crise financeira que afeta a operação de todo o completo.
Na última semana, funcionários e parentes de pacientes denunciaram falta de leitos e até de medicamentos elementares como dipirona. Segundo eles, o hospital não tinha nem condições de fazer nem sequer um simples hemograma.
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A fila de cirurgia já tem pacientes aguardando há mais de dois anos. O texto conta com informações do "g1".
"Até dipirona a gente tem que comprar. Remédio para escara. Tem enfermeira, coitada, que por fora está trazendo pomada e doando. Está um estado de calamidade", disse Sebastiana Severina da Silva, que tem um filho internado com câncer na unidade.
Parte das denúncias feitas por parentes de pacientes é o reaproveitamento de materiais, como sondas. "A fisioterapeuta aspirou e teve que guardar a sonda para depois usar de novo, porque não tinha", conta Rita de Cássia da Silva que tem um filho com um problema grave no pulmão e que segue internado na UTI do hospital.
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Precisando de uma cirurgia para tratar um tumor no olho, o sogro da técnica em enfermagem Luana Gomes Santos não consegue nem vaga no hospital. Ele tenta há dois anos por uma internação para realizar o procedimento. De acordo com Luana, a cirurgia chegou a ser marcada, mas não havia vaga na internação, por isso, a operação teve de ser cancelada.
Mantido principalmente com recursos federais, repassados por meio do SUS, o hospital tem contado também com auxílio do Estado. De acordo com informações da Secretaria Estadual da Saúde divulgadas na semana passada, a unidade recebeu R$ 560 milhões nos últimos três anos. A pasta informou ainda que mais R$ 66 milhões são esperados ainda em 2022 em investimentos do programa Mais Santas Casas.
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Corte de funcionários
No mês passado, centenas de médicos e enfermeiros que trabalhavam no Hospital São Paulo foram demitidos de suas funções.
Também neste ano, no mês de fevereiro, o pronto-socorro chegou a ser fechado e, na ocasião, somente atendimentos de especialidade estavam sendo realizados e os pacientes que procuram a unidade para atendimento clínico ou emergencial eram encaminhados para a UPA Vila Mariana.
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