Cotidiano

Em 2018, as filas continuam a atrapalhar Guarujá

A situação chegou a indignar os motoristas na noite da última terça-feira

Carlos Ratton

Publicado em 04/01/2018 às 12:15

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O congestionamento de carros causou algumas desavenças entre motoristas, muito trabalho para os agentes de trânsito e atrapalhou a vida de moradores da Cidade / Arquivo DL

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Entra ano, sai ano e a situação é a mesma em Guarujá. Centenas de pessoas que escolhem as praias mais belas da Baixada Santista sendo obrigadas a aguardar horas na fila da balsa para voltar para Santos. A situação chegou a indignar os motoristas na noite da última terça-feira. Entre 18 e 22 horas, a fila para acessar a travessia atingia a Av. Puglisi, que dá acesso à Praia de ­Pitangueiras.

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O congestionamento de carros causou algumas desavenças entre motoristas, muito trabalho para os agentes de trânsito e atrapalhou a vida de moradores da Cidade, que seguiam para casa após cansativo dia de trabalho dentro do transporte público. Há anos, a população de Guarujá cobra planejamento da Administração e da DERSA - Desenvolvimento Rodoviário S/A - no sentido de minimizar o sofrimento.

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No início de fevereiro ano passado, uma das primeiras ações do prefeito Valter Suman (PSB) foi exigir da DERSA a adoção de medidas para a redução do tempo das travessias (manter nove balsas operando) e melhoria das embarcações. Chegou a dar 48 horas para que a empresa apresentasse soluções, inclusive as embarcações que fazem a travessia Vicente de Carvalho/Santos, que se encontravam com os aparelhos de ar-condicionado danificados.

Ao governador Geraldo Alckmin (PSDB), Suman denunciou excessivo tempo de espera na fila; informações imprecisas e confusas aos usuários pelos meios de comunicação da empresa; precárias condições do terminal das barcas em Vicente de Carvalho e ausência de manutenção das embarcações destinadas a pedestres. “Estamos pedindo a ligação seca (túnel) entre Guarujá e Santos e rigorosa fiscalização dos serviços de balsas”, alertava.

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Multa

Em 2015, o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) sentenciou em segunda instância a prefeita Maria Antonieta de Brito (PMDB) e a diretora municipal de trânsito, Quetlin Scalione, por falta de fiscalização na travessia. A ação foi movida por associações de usuários do transporte. O problema apontado era o mesmo que perdura anos: falta de fiscalização por parte de agentes de trânsito, com relação aos motoristas que desrespeitam a fila da balsa, os chamados “fura filas”.

Promessas
Antonieta e diversos políticos da Baixada Santista também foram iludidos com as promessas do Estado. Numa de suas idas e vindas à Baixada, o então governador de São Paulo, José Serra (ex-ministro do Governo Michel Temer), prometeu uma ponte que ligaria Santos a Guarujá. Depois, já sob a ‘batuta’ de Geraldo Alckmin, a promessa era de um túnel submerso, cuja licitação até hoje também não saiu da gaveta.  

Discurso atual        

A Secretaria de Defesa e Convivência Social de Guarujá, por meio da Diretoria de Transporte e Trânsito e da Guarda Municipal, informou que atuou intensamente na tarde e noite desta terça-feira, quando foram registrados focos de congestionamento em diversos pontos de Guarujá e até mesmo de Vicente de Carvalho. “Entretanto, o congestionamento na Cidade foi apenas um reflexo de outros problemas que não são da alçada municipal, como na travessia de balsas e na rodovia Cônego Domênico Rangoni, que estavam muito congestionadas, o que acabou acarretando um movimento excessivo de veículos dentro do município”, justificou a Administração.

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Visando minimizar estes problemas, os órgãos municipais competentes tentaram dar vazão ao fluxo de veículos, com a presença de agentes de trânsito e guardas municipais em locais estratégicos, orientando e multando os motoristas que estavam cometendo algum tipo de infração.

DERSA

A DERSA informou que disponibiliza oito balsas e que o número é o máximo comportado pelo sistema de atracadouros. A capacidade é superior a 800 veículos por hora em cada sentido.  Quanto à solução definitiva, que seria a ligação seca, julga importante a implantação do túnel entre ­Santos e Guarujá, porém é ­preciso que haja segurança ­financeira para executar um ­empreendimento desta complexidade, em pleno momento de crise econômica em que se encontra o País.

Revela que o Governo do Estado já contratou e concluiu o projeto executivo, a revisão técnica e o licenciamento ambiental prévio do túnel. Até este momento, no entanto, não houve por parte do Governo Federal autorização para a contratação do financiamento.

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Quanto ao tempo de espera acima do razoável, como ocorreu terça-feira (2), quando na margem do Guarujá chegou a duas horas, os registros são pontuais.  “Mesmo com o intenso movimento da alta temporada de verão, na maior parte do período, a travessia opera dentro do limite considerado normal para o serviço, que é de 15 minutos”, garante a DERSA, ressaltando que o sistema é subsidiado pelo Governo e não gera lucro. “É deficitário, pois a tarifa é uma das mais baratas do Brasil quando comparada com outras travessias ­aquaviárias”, finaliza.

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