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Ao sinal da estranheza, a Prefeitura de Santos se demonstra agraciada pelo desprendimento do mundo comercial, e pelo menos pela terceira vez — é o que se tem registro — terá a oportunidade de divulgar a sua marca sem qualquer desembolso dos cofres públicos.
Agora o Carnaval, festa maior do folclore nacional e que emprega cifras astronômicas, será o palco do mais novo desfile da grife da Cidade de Santos, que ontem confirmou que será homenageada pela escola de Samba Acadêmicos do Grande Rio, na Marquês de Sapucaí, no ano de 2016. Com um detalhe no mínimo curioso, a divulgação das belezas e da história do município sairá a ‘custo zero’.
A municipalidade põe a conta da sua participação no enredo daquela agremiação em um empresário oculto.
Outro episódio recente de exposição em nível nacional a ‘custo zero’ para a Prefeitura de Santos foi a final do Campeonato Paulista de Futebol, oportunidade em que o patrocínio principal da camisa do Santos Futebol Clube refletia a marca do ‘Museu Pelé’ nos dois jogos decisivos contra o Palmeiras. Mais um “doador oculto” foi o responsável pelo patrocínio.
Já em maio, na Feira da Indústria e Construção de Santos e Região (Ficon), as prefeituras de Santos e de Praia Grande nada pagaram para ter suas logomarcas expostas no evento, ao contrário das administrações de Guarujá, Cubatão e Bertioga que gastaram, cada uma, R$ 55 mil. Outra graça à terra de Brás Cubas.
Em tempos de transparência — tardios, porém, necessários, pois, aderem ao valor da democracia —, reporta-se que empresários visam lucro e ao ente público cabe esclarecer quem são os seus ocultos patrocinadores.
Em linha com as declarações dos delatores do “petrolão”, espera- se que as doações ocultas não se revelem em empréstimos caros a serem cobrados futuramente e em detrimento da coisa pública.
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