Cotidiano

Ebola: Guiné-Bissau abre campanha de limpeza em mercado da capital

Neste sábado, a Libéria anunciou a interdição do desembarque em seus quatro portos marítimos devido à epidemia que assola alguns países africanos

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 30/08/2014 às 12:36

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O presidente da Guiné-Bissau, José Mário Vaz, lançou hoje (30) campanha nacional de limpeza e desinfeção, jogando duas pás de lixo em um depósito no mercado do Bandim, maior centro comercial de Bissau, capital do país. Vaz disse, na ocasião, que é um passo importante para na luta contra o vírus do ebola, que já foi encontrado na Guiné-Conacri e no Senegal, países que fazem fronteira com a Guiné-Bissau.

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"É uma ótima iniciativa, e penso que, continuando assim, vamos atingir a higiene de que necessitamos", afirmou Vaz que, antes de declarar aberta a campanha, ouviu Hino Nacional guineense tocado pela banda do Exército.

O presidente disse ainda que está na hora de os guineenses "meterem a mão na lama", expressão muito popular no país, que significa "trabalhar no duro" e foi usada por Vaz na campanha eleitoral, quando prometeu mudar a imagem do país. "O combate à pobreza começa precisamente aí, porque, se não, a doença vai quer cabo da nossa gente", afirmou Vaz.

Neste sábado, a Libéria anunciou a interdição do desembarque em seus quatro portos marítimos devido à epidemia de ebola que assola alguns países africanos. O livre-trânsito normalmente concedido a marinheiros de embarcações comerciais que aportam na Libéria foi cancelado e ninguém será autorizado a desembarcar, informou Matilda Parker, responsável pela administração portuária na Libéria, país mais afetado pela epidemia de ebola. Ela informou que todos os portos, incluindo o da capital, Monróvia, vão adotar a política de “tolerância zero” contra a epidemia, que já fez mais de 1.500 mortos desde o início do ano.

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A Guiné-Bissau abriu campanha de limpeza em mercado da capital (Foto: Divulgação)

Ao chegar hoje a Bruxelas para uma cúpula extraordinária da União Europeia, o primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, disse que vai pedir aos representantes dos Estados-membros uma maior coordenação para fazer frente à epidemia de ebola. A Espanha foi o primeiro país europeu a registrar casos mortais devido ao ebola – um missionário espanhol infetado com o vírus na Libéria foi levado para Madri, mas não resistiu à doença.

Os países africanos mais afetados pela epidemia são Libéria, Guiné-Conacri, Serra Leoa e Nigéria. O primeiro caso no Senegal foi registrado ontem (29).

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De acordo com o último balanço da Organização Mundial da Saúde (OMS), já foram contabilizados 3.069 casos da doença, com 1.552 mortes, em quatro países da África Ocidental.

A febre hemorrágica é uma doença infeciosa grave, causada pelo vírus ebola e foi identificada pela primeira vez em 1976, na República Democrática do Congo (antigo Zaire), perto do Rio Ebola. A doença é transmitida por contato direto com o sangue, secreções ou fluidos corporais de pessoas infectada. Ainda não existe tratamento, nem vacina certificada.

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