Cotidiano
Não há ainda previsão para fechar escolas. A tendência é que a fase vermelha fique por um tempo determinado, talvez duas semanas
Medida deve ser anunciada nesta quarta-feira por Doria / DIVULGAÇÃO/GOVERNO DE SP
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O governo paulista estuda colocar todo o estado na fase vermelha, a mais restritiva de seu plano de abertura econômica durante a pandemia de Covid-19. A decisão final sobre o assunto ocorrerá em reunião na manhã de quarta (3). Não há ainda previsão para fechar escolas, apesar da declaração nesse sentido do secretário Jean Gorinchteyn (Saúde) nesta terça (2), que gerou mal-estar na administração João Doria (PSDB).
Desde dezembro, as aulas presenciais são opcionais no estado nas fases laranja e vermelha, as mais restritivas do chamado Plano SP de reabertura econômica. Na fase vermelha, apenas os serviços essenciais estão permitidos. A tendência é sua adoção por um tempo determinado, talvez duas semanas, a depender da evolução do impacto na circulação do novo coronavírus.
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O tema está sendo discutido por Doria e secretários nesta tarde de terça (2) com quase 550 dos 645 prefeitos paulistas, por meio de videoconferência, para testar a receptividade à ideia e ouvir sugestões a partir da experiência na ponta.
O Centro de Contingência da Covid-19, comitê de 20 especialistas e autoridades que aconselham Doria na crise, debateu nesta terça outras medidas ainda mais duras, mas a tendência no governo é ficar dentro dos parâmetros já existentes.
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Na semana passada, foi reforçada a fiscalização contra festas e eventos ilegais, com o chamado toque de restrição das 23h às 5h –basicamente, mais repressão a aglomerações.
Alguns membros do centro defendem abertamente o lockdown, a restrição total à circulação de pessoas. Mas tal medida é vista como inexequível de forma generalizada por integrantes governo paulista, ao menos num momento em que não há auxílio emergencial implantado no país.
Ela foi adotada pontualmente, contudo, como ocorreu em Araraquara, e a gravidade da escalada da crise não permite descartar nada a essa altura. O próprio Doria, apesar da pressão de comerciantes contra restrições, já disse que as próximas duas semanas serão as mais duras da pandemia.
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O estado tem 73,2% de ocupação de leitos de UTI devido à Covid-19, 74,3% na Grande São Paulo. Em Campinas, a prefeitura local colocou a cidade em fase vermelha, embora sua macrorregião esteja na laranja. Cidades do área do ABC implantaram lockdowns noturnos.
Já morreram 59.546 pessoas no estado durante a pandemia do novo coronavírus, que infectou pouco mais de 2 milhões.
Hoje, das áreas que Plano SP dividiu no estado, 6 estão em vermelho, 8 em laranja e 3, em amarelo –a etapa menos dura.
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A questão das escolas segue em debate. A fala de Gorinchteyn, numa entrevista à rádio CBN nesta manhã de terça, gerou uma crise interna no governo.
Embora o secretário tenha ressaltado que aquela era sua opinião pessoal apenas, ela teve grande repercussão. Há forte pressão, inclusive pelo colegiado dos chefes da educação estadual, pela manutenção de aulas presenciais com adoção de protocolos rígidos de segurança.
O titular da Educação, Rossieli Soares, queixou-se a interlocutores de que não havia sido avisado sobre o tema e que não havia nenhuma decisão do gênero –ele tem consultado médicos sobre a questão, como de resto ocorre desde o começo da pandemia, dado o ineditismo da situação.