Cotidiano

Donos de imóveis usados superam os bancos no 'financiamento' a comprador na Baixada Santista

43,33% das vendas foram parceladas pelos proprietários e somente 20% foram financiados por bancos públicos e privados

Da Reportagem

Publicado em 19/05/2022 às 11:40

Atualizado em 19/05/2022 às 11:42

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Vendas caíram 4,96% em Abril, segundo pesquisa com 98 imobiliárias / Prefeitura Municipal de Guarujá

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“Anomalia” é o adjetivo que José Augusto Viana Neto, presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo (CreciSP), usa para definir o comportamento do mercado de imóveis usados na Baixada Santista em Abril. Pesquisa feita pelo Conselho com 98 imobiliárias e corretores de Santos e outras sete cidades da região apurou que os próprios donos dos imóveis financiaram maior volume de imóveis que foram vendidos no mês do que os bancos públicos e privados.

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“Financiar, no caso, significa o parcelamento do pagamento do valor do imóvel diretamente ao comprador, às próprias custas dos proprietários, e isso configura uma anomalia no sistema imobiliário local porque o normal é que os bancos sejam os principais agentes fornecedores desse tipo de crédito”, afirma Viana Neto. “Como muitos potenciais compradores não conseguem acesso ao financiamento, por limitações de renda e exigências dos bancos, os vendedores se vêm forçados a assumir um papel que não lhes caberia”, critica.

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Foram vendidos dessa forma 43,33% das casas e apartamentos que estavam em oferta em Abril nesses agentes imobiliários credenciados pelo CreciSP. A parcela das vendas feitas com dinheiro emprestado pelos bancos foi de 20% apenas, e foram vendidos com pagamento à vista 35%. A participação dos consórcios foi residual, de 1,67%.

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O volume de 43,33% das vendas financiadas pelos proprietários é o maior desde Dezembro, e o de 20% de financiamento bancário, o menor nesse mesmo período. A consequência direta dessa inversão de papéis foi uma queda de 4,96% nas vendas de imóveis usados em Abril comparado a Março. O que se manteve inalterado desde o final do ano passado foi o preço médio da maioria dos imóveis vendidos – 58,62% deles custaram aos compradores até R$ 300 mil.

O presidente do CreciSP avalia que “essa constância mostra uma limitação do poder de compra da maioria dos que podem adquirir imóvel nessa região, mas também serve de guia e baliza para os proprietários que estejam pensando em vender. “O preço desejado nem sempre é o preço possível”, resume Viana Neto.

Mais apartamentos que casas

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Foram vendidos na Baixada Santista em Abril mais apartamentos (57,89%) do que casas (42,11%) e mais imóveis situados em bairros de regiões nobres (47,17%) do que na periferia (28,30%) e nas regiões centrais (24,53%) das oito cidades em que o levantamento foi feito. Eles são do padrão construtivo médio (66,67%), luxo (19,44%) ou standard (13,89%).

A maioria das casas (66,67%) tem dois dormitórios, duas vagas de garagem (50% delas) e área útil variando entre 51 e 100 metros quadrados (50%).

Os apartamentos vendidos têm dois dormitórios (41,18%), um (35,29%), três (17,65%) ou são quitinetes (5,88%). A área útil varia de 51 a 100 metros quadrados (47,06%), de 101 a 200 m² (17,65%) ou até 50 m² (35,29%). Eles dispõem de uma vaga de garagem (58,82%), duas (23,53%) ou nenhuma (35,29%).

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