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Dois comboios de tanques e veículos militares russos dispararam mísseis contra um posto da fronteira no sul da Ucrânia e avançaram para dentro do território do país nesta quinta-feira, afirmou o porta-voz do Conselho Nacional de Segurança ucraniano, coronel Andriy Lysenko. Comentários da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), de separatistas pró-Rússia e dos Estados Unidos confirmam a invasão.
Lysenko afirmou que os mísseis russos foram disparados por volta das 5h (de Brasília, e uma hora e meia depois, dois comboios de tanques e veículos militares deram início a uma ofensiva. Eles entraram no país pelas divisas de Veselo-Voznesenka e Maximovo, na região russa de Rostov.
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O presidente ucraniano, Petro Poroshenko, pediu que seus cidadãos resistam a entrar em pânico. "A desestabilização da situação e o pânico são armas do inimigo tanto quanto os tanques", disse o presidente em uma reunião emergencial do Conselho de Segurança do país. Poroshenko cancelou uma viagem à Turquia, onde participaria da nomeação do presidente Recep Tayyip Erdogan, dizendo que "hoje, o lugar do presidente é em Kiev".
Uma autoridade de alto escalão da OTAN disse que ao menos mil soldados russos entraram na Ucrânia com equipamentos sofisticados e travaram "contato" direto com as forças ucranianas, o que teria resultado em baixas. Segundo o oficial, esta é uma estimativa conservadora e outros 20 mil soldados estavam logo atrás da fronteira.
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No quartel-general da organização, o brigadeiro general Nico Tak disse a repórteres que o objetivo final da Rússia era protelar a derrota dos separatistas e criar no leste da Ucrânia um "conflito congelado" que iria desestabilizar o país "indefinidamente". "Nas duas últimas semanas, nós notamos uma escalada significante tanto no tamanho como na sofisticação da interferência militar russa na Ucrânia", afirmou Tak. "A Rússia está reforçando e rearmando forças separatistas em uma tentativa flagrante de alterar o ímpeto do conflito, que no momento está a favor do Exército ucraniano."
A OTAN também produziu imagens de satélite para garantir o que chamou de "evidência adicional de que combatentes russos, equipados com armamento pesado sofisticado, estão operando dentro do território soberano da Ucrânia". Tak informou que as imagens de satélite eram só "a ponta do iceberg em termos de evidências globais dos movimentos de soldados e armas russos".
"Nós também detectamos grandes quantidades de armas avançadas, incluindo sistemas de defesa aérea, artilharia, tanques e veículos de carregamento blindados sendo enviados para forças separatistas no leste da Ucrânia", ele afirmou. "A presença destas armas e os números substanciais de combatentes russos na Ucrânia tornam a situação cada vez mais grave."
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O embaixador da Rússia para a União Europeia, Vladimir Chizhov, disse à BBC, no entanto, que a "OTAN nunca produziu uma única peça de evidência" de soldados russos operando na Ucrânia. Ele disse que os único soldados da Rússia a atravessarem a fronteira foram os 10 capturados nesta semana, que, Moscou insiste, teriam entrado por engano no território.
O Ministério de Defesa russo não negou diretamente que suas tropas tenham invadido o país, mas disse que as alegações do número de unidades militares russas operando na Ucrânia não tinham relação nenhuma com a realidade.
Em entrevista para a televisão estatal russa, porém, o líder da insurgência, Alexander Zakharchenko contou que entre 3 mil e 4 mil soldados russos lutaram do lado de separatistas desde que o conflito armado começou em abril. O governo dos EUA acusou a Rússia de orquestrar uma nova campanha militar na Ucrânia, ajudando as forças rebeldes a expandirem sua luta e enviando tanques, lançadores de mísseis e veículos blindados.
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O porta-voz da Guarda Nacional da cidade ucraniana de Mariupol também disse que o governo tem evidência da entrada de grandes quantidades de armas em Novoazovsk, município próximo da fronteira com a Rússia. Ele acrescentou que os reforços da Guarda Nacional estavam se posicionando nas proximidades da fronteira.
Novoazovsk, que fica nas proximidades de uma estrada que liga a Rússia à península Crimeia, anexada pelos russos em março, esteve sob fortes bombardeios durante três dias. Na manhã de quarta-feira, os rebeldes entraram na cidade. A porção sudeste da Ucrânia, ao longo do Mar de Azov, ainda não havia registrado combates que engoliram áreas do norte do país.