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É difícil diagnosticar uma doença onde os primeiros sintomas são pequenos esquecimentos, que podem ser confundidos com distração. Assim é o Mal de Alzheimer, doença que atinge cerca de 25 milhões de pessoas no mundo.
Hoje é celebrado o Dia Mundial do Alzheimer, uma doença cerebral crônica, progressiva e degenerativa, um tipo comum de demência, que acomete em sua maioria pessoas acima dos 60 anos e tem como sintoma primário a perda da memória recente. Em alguns casos, pode chegar a se desenvolver precocemente antes dos 50 anos.
Em uma ação mundial e simultânea com outros países, a Associação Brasileira de Alzheimer (Abraz) promove no mês de setembro em São Paulo e mais 22 estados a Campanha Nacional de Alzheimer. Batizada de "Alzheimer: quanto antes, mais tempo você terá para lembrar", a campanha foi pensada no método tradicional de se lembrar de algo: uma fita no dedo. Com o apoio da Danone Medical Nutrition, a ação objetiva destacar a mensagem "Eu não esqueço" para chamar a atenção sobre o diagnóstico precoce de Alzheimer, como também o sistema público para mais prioridade na terceira idade.
Na próxima quarta-feira, dia 25, a cidade de Santos será local para a palestra "Quanto antes souber, mais tempo terá para lembrar" que acontecerá no Anfiteatro da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
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Dados no Brasil
Segundo dados recentes do IBGE, o país possui atualmente mais de 15 milhões de pessoas com faixa etária igual ou superior aos 65 anos, o que representa 7,4% da população total. Estima-se, no entanto, que dentro de 47 anos, devido a maior expectativa de vida no País, esse número chegue a 58 milhões, ou seja, 26,7% dos brasileiros.
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Se levarmos em consideração que o número de pessoas com doença de Alzheimer, apenas no Brasil, é de cerca de 1,2 milhão de pessoas, podemos concluir que 1 em cada 12 idosos vivem com a doença. Número que pode se tornar ainda mais alarmante se incluirmos nesse cálculo a grande quantidade de casos ainda não descobertos e devidamente diagnosticados.
Segundo a presidente da Abraz, Fernanda Gouveia Paulino, o diagnóstico precoce proporciona qualidade de vida ao paciente, como também a preservação da memória no estágio inicial da doença, o que permite ao paciente fazer suas atividades diárias normalmente.
Cuidados
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Segundo o diretor do Serviço de Neurocirurgia do Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE), José Marcus Rotta, a causa ainda é desconhecida, mas tem como fatores de risco o traumatismo craniano e a idade avançada, podendo também se desenvolver devido à predisposição genética ou o desenvolvimento de proteínas anormais no cérebro.
"É aconselhável a ingestão de alimentos ricos em ômega 3, como atum, sardinha e salmão, além de nozes, sementes de linhaça e brócolis", afirma.
O médico ressalta ainda que praticar atividade física melhora o condicionamento físico, além de enfraquecer o surgimento de proteínas causadoras da doença, dificultando assim seu avanço.
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Atualmente não há cura para a doença, apenas meios de prevenção, como a leitura de mais de um livro ao mesmo tempo e o aprendizado de novas línguas, entre outras coisas. Também há ações que enfraquecem seu andamento, como estimular o doente a realizar tarefas corriqueiras, auxiliar na limpeza da casa, ver fotos antigas e ler em voz alta.
O Alzheimer não pode ser evitado, mas é muito importante que as pessoas fiquem atentas aos sintomas, pois há a possibilidade de protelar a evolução da doença quando diagnosticada ainda no início. "Devemos nos manter ativos, realizando atividades físicas e intelectuais para retardar o seu aparecimento. Além disso, é essencial que haja o controle dos fatores de risco para as doenças vasculares, como a diabetes, hipertensão e colesterol", afirma a coordenadora do Departamento Científico de Neurologia Cognitiva e do Envelhecimento, da Academia Brasileira de Neurologia (ABN), Sonia Maria Dozzi.
Segundo a coordenadora, ao contrário do que se pensa esta doença não se restringe à terceira idade. O público mais jovem também está sujeito, apesar de mais raro. Em geral, pessoas acima de 65 anos são mais suscetíveis. "Cerca de um milhão de pessoas acima de 65 anos apresenta o quadro de demência. Dessas, 60% tem o Alzheimer", explica Sonia.
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