Brito Júnior disse que todos os 30 agentes escalados para a noite de terça-feira estavam de plantão / Reprodução/Redes Sociais
Continua depois da publicidade
Três horas de chuva foram suficientes para provocar o caos na cidade de Santos na noite da última terça-feira (18). Os alagamentos atingiram tanto os bairros da Zona Noroeste quanto da orla, causando pânico entre motoristas, motociclistas e passageiros de ônibus.
Nos morros, foram registrados os maiores acumulados de chuva no Estado, segundo o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden). E eles provocaram deslizamentos sem vítimas.
Continua depois da publicidade
Há relatos de santistas parados na entrada da Cidade por até quatro horas até que a água baixasse na altura do Viaduto Paulo Gomes Barbosa, no encontro das avenidas Martins Fontes e Nossa Senhora de Fátima com a Via Anchieta.
Na praia, trechos da Avenida Vicente de Carvalho, no Bairro do Gonzaga, ficaram intransitáveis devido ao volume de água entre o Canal 3 e a Avenida Ana Costa.
Continua depois da publicidade
Na orla, não havia nenhum agente da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) para orientar o trânsito. No total, 20 cruzamentos da Cidade registraram panes nos sistemas semafóricos.
Além disso, cruzamentos ficaram trancados por horas por falta de educação de motoristas e por ausência de agentes da CET. E várias viaturas da Guarda Civil Municipal (GCM) permaneceram sob a marquise da fonte localizada no calçadão da Praia do Boqueirão sem intervir no caos.
Enquanto isso, motoristas trancavam o cruzamento das avenidas Conselheiro Nébias e Bartolomeu de Gusmão, formando um longo congestionamento no sentido Centro/praias da Conselheiro Nébias.
Continua depois da publicidade
Também não havia nenhuma viatura da Polícia Militar nesse trecho da orla, mesmo quando a chuva diminuiu, a partir das 22 horas.
Um dos pontos onde os semáforos pararam de funcionar foi no cruzamento das avenidas Presidente Wilson com Bernardino de Campos, o que tumultuou o trânsito até a divisa entre Santos e São Vicente.
Em entrevista exclusiva ao Diário do Litoral, o diretor de Operações da CET, Flávio Brito Júnior, rebateu as queixas de parte da população que acusou a Companhia de ter sido omissa durante e após a tempestade.
Continua depois da publicidade
Mas, mesmo assim, o diretor de Operações da CET pediu “desculpas” à população.
Brito Júnior disse que todos os 30 agentes escalados para a noite de terça-feira estavam de plantão. Treze viaturas e outras 13 motos foram utilizadas na noite de terça-feira.
No total, a empresa dispõe de 120 agentes, mas ele demonstrou ceticismo quanto à convocação emergencial de outros agentes no momento mais crítico. “Mesmo convocássemos, talvez eles também não conseguissem se deslocar até os pontos mais críticos, a exemplo do que aconteceu com os motoristas que ficaram parados no trânsito”.
Continua depois da publicidade
Brito Júnior ressaltou que, diante dos efeitos da “tempestade” por toda a Cidade, a Companhia precisou priorizar a presença desses agentes em locais onde a situação demandava maior preocupação.
“Nos viramos nos 30 para atender as demandas principais. Até ruas que nunca alagaram ficaram totalmente intransitáveis ontem (na terça-feira)”, defendeu-se o diretor da CET.
Esse foi o caso do cruzamento das ruas Carlos Afonseca e Galeão Carvalhal, onde uma cratera se abriu na calçada e no asfalto, ao lado de um prédio em construção.
Continua depois da publicidade
Segundo o diretor da CET, foi preciso deslocar oito dos 30 agentes de plantão para esse ponto do Gonzaga porque havia o risco iminente de que o buraco “poderia se alastrar, causando até prejuízos fatais”.
Brito Júnior alegou que na entrada da Cidade também havia agentes da CET “dentro d´água”, “se arriscando” para orientar o trânsito. “Eu também rodei por toda parte, estava no campo”, completou Brito Júnior.
Mas, o diretor admitiu que o caos no trânsito de Santos verificado na última terça-feira deverá provocar “reflexões” dos atores envolvidos na questão. E disse que a situação “serviu de aprendizado” para futuros eventos climáticos extremos.
Continua depois da publicidade
O Boletim Meteorológico da Defesa Civil de Santos emitido às 10 horas e assinado pelo meteorologista Franco Cassol previa “no final do dia haverá atuação de instabilidades” e “chance de pancadas de chuvas na região, preferencialmente no final da tarde e à noite”.
A probabilidade era, àquela altura, de 70% de chance de chuva, com projeção de 5 a 15 milímetros e intensidade moderada.
Até aquele momento, Santos registrava um acumulado de 143 milímetros de chuva ao longo do mês. Mas, em apenas meia hora, caíram 100 milímetros em Santos, segundo balanço da Defesa Civil do Estado às 20 horas.
Continua depois da publicidade
Ontem pela manhã, o Cemaden atualizou as informações, com um acumulado de 134 mm de chuva no Morro da Nova Cintra, de 125 mm no Bairro Chico de Paula, e de 119 mm no Morro do São Bento.
Esses foram, segundo o Cemaden, os maiores volumes acumulados do Estado para o período.