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Em um esforço para transformar a visita do papa Francisco em um acontecimento político e capitalizar com a popularidade do pontífice, a presidente Dilma Rousseff rompeu uma tradição da Igreja e convidou líderes de toda a América Latina para a missa no próximo domingo, dia 28, em Guaratiba, na zona oeste do Rio. O Vaticano insiste que foi uma decisão "autônoma" do Planalto. Mas admite que Francisco terá um "recado" à classe política e usará a viagem para a denunciar a situação dos mais pobres.
Brasília tentou politizar a viagem, enviando um convite formal ao papa para que a vinda fosse transformada em visita de Estado. O Vaticano não aceitou, alertando que a viagem tinha um caráter pastoral diante da Jornada Mundial da Juventude. Nesta quarta-feira, o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, admitiu que não se lembrava de outra ocasião em que um evento pastoral ou a Jornada da Juventude acabou se transformando em palanque de políticos. "É uma decisão livre da presidente."
Lombardi deixou claro que, diante da insistência do governo brasileiro, o Vaticano abriu uma brecha na agenda para a política. Mas insinuou que a oportunidade pode ser usada pelo papa Francisco para dar um recado aos políticos. "Vamos ver o que ele vai dizer."
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No Vaticano, é dada como certa a presença da presidente da Argentina, Cristina Kirchner - o Itamaraty não confirmou. Além de Cristina, o governo brasileiro acredita que o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, também deve participar da missa.