Dersa traz sexta balsa para o Carnaval

A partir da semana que vem uma sexta balsa entra em operação na travessia Santos-Guarujá. O anúncio foi feito ontem pelo diretor-­presidente Milton Roberto Persoli, em entrevista ao ­Diário do Litoral. Engenheiro com 40 anos de carreira na Prefeitura de São Paulo e ex-presidente da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), Persoli foi escolhido pelo governador de São Paulo João Doria (PSDB) para assumir a Dersa em janeiro “com a missão de se dedicar 100% às travessias”, segundo o próprio diretor-presidente.

Além da sexta balsa, que entra em operação já na próxima semana, Persoli prometeu uma sétima a partir de julho. “O número de balsas aprovadas pela Marinha são oito. Então, teremos sete das oito permitidas”, ­comentou.

O diretor-presidente explicou que um número muito grande de embarcações pode provocar ‘desarranjo operacional’. Segundo ele, o ideal é de seis a oito balsas. “A travessia é muito curta, feita em menos de cinco minutos. Se você operar com nove vai ter balsa parada para esperar a outra sair”, esclareceu. “O Porto de Santos tem um tráfego muito intenso, não podemos deixar a balsa parada no meio do canal. Outra coisa é local físico para guardar essas balsas”, ­completou.

O presidente esteve em todas as travessias para fazer um diagnóstico das condições e constatou que as embarcações e motores estão bastante envelhecidos. “Estruturalmente elas estão seguras. Uma balsa não sai se não estiver 100% segura. Mas algumas estão bastante envelhecidas, com motores envelhecidos”, disse.

Ano passado, em uma audiência da Frente Parlamentar de Regulamentação do Transporte Hidroviário por Meio do Serviço de Balsas do Estado de São Paulo, sob a liderança do deputado estadual Paulo Corrêa Júnior, na Câmara de Santos, o ex-diretor de Operações da Dersa, Eduardo Di Gregório, reconheceu que só 25% dos motores das balsas estão bons.

Na ocasião - conforme noticiou o Diário do Litoral - em números exatos, eram 17 motores bons, 19 em estado de atenção e 32 em situação crítica. Havia previsão de compra de 32 motores novos, com investimento de R$ 10 milhões.

Segundo Persoli, esse investimento se concluiu. A atual gestão deu continuidade a licitação de compra de motores e adquiriu 30 motores novos. No entanto, eles só serão entregues a partir de abril. “Também demos continuidade em uma licitação de motores recondicionados, são 30 e já recebemos seis”, afirmou.

Por conta desses motores recondicionados, a sexta balsa vai poder entrar em operação. Segundo Persoli, eles garantirão a retirada de motores com problema até a entrega dos novos.

Com relação ao diagnóstico da travessia Santos-Vi­cente de Carvalho, Persoli disse que é “preciso reformar os terminais, os flutuantes e trazer uma embarcação mais nova para operar”.

Investimento

Ano passado, também foi anunciado um investimento de R$ 54,3 milhões pelo Estado. Segundo Persoli, o atual governador aprovou o valor ontem em reunião com a Comissão de Acompanhamento de Contratos de PPP (Parcerias Público-Privadas).

“Mas tudo depende do processo licitatório. Dentro do investimento está previsto, por exemplo, a compra de balsas, mas uma embarcação não fica pronta de imediato, leva pelo menos um ano”, ­esclareceu.

Carnaval

No Carnaval, além da sexta embarcação em operação, a Dersa trará outras medidas para evitar longas filas.

“Estamos trazendo painéis de mensagens variadas, com o objetivo de informar e atualizar o usuário”, comentou. Alguns desses painéis serão colocados em ‘pontos de decisão’. “O usuário quer saber se é melhor optar pela balsa ou rodovia, terá um painel em um ponto estratégico para isso”, declarou.

Para o Carnaval, está prevista também uma Operação de Apoio ao Trânsito, ou seja, uma equipe exclusiva que irá operar as filas de balsa, disciplinando e orientando os usuários.

Empresa quer transportar 600 veículos por hora

O diretor-presidente da Dersa, Milton Persoli disse ontem, em entrevista ao Diário do Litoral, que cerca de 600 veículos devem ser transportados por hora com a chegada da sexta balsa, na próxima semana. Atualmente, segundo ele, a Dersa transporta entre 500 e 600 veículos por hora na travessia Santos-Guarujá.

No entanto, o presidente disse não conseguir estipular um tempo máximo para espera nas filas. “Não tenho ainda como estipular uma meta de tempo máximo para as balsas, porque eu dependo muito da frota”, disse. “Mas o que posso dizer é que teremos uma gestão operacional muito grande”, ­completou.

Segundo o presidente, isso significa que, se a fila está muito grande de um lado, haverá remanejamento das balsas para diminuir o tempo de espera.

Manutenção

Uma adequação no contrato de manutenção também agilizará a resolução de problemas. De acordo com Persoli, antes, o contrato era de segunda a sexta, das 8h às 18h, sem plantões noturnos ou aos finais de semana, o que deixava embarcações paradas.

“Nós conseguimos acertar juridicamente o contrato e estamos trazendo a operação 24 horas”. Ontem, segundo o próprio presidente, ocorreu um problema na embarcação que faz a travessia entre Santos e Vicente de Carvalho, por conta dessa alteração, a manutenção foi feita em menos de uma hora. O mesmo aconteceu com uma das balsas.

Apesar da mudança do contrato, Persoli diz que, em algum momento, o sistema vai estar com uma alta demanda e não vai conseguir vencer a fila.