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Postos de combustíveis aproveitaram o aumento de R$ 0,22 por litro no preço da gasolina — por conta do repasse da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) e do PIS/Cofins, a partir do último domingo, dia 1º, — e reajustaram também os preços do etanol. O aumento médio em vários postos da Região que já repassaram os reajustes da gasolina foi de até R$ 0,10 também para álcool, apesar de esse aumento de tributos, determinado pelo Governo, não incidir sobre o combustível de cana-de-açúcar.
O reajuste da gasolina, inclusive, era considerado um diferencial para melhorar a competitividade do etanol — os preços do etanol subiriam por meio do aumento do consumo. No entanto, a justificativa de que a alta do preço nas usinas com um consumo maior nos postos ainda não se sustenta. Na semana passada, o preço do etanol hidratado subiu apenas R$ 0,006 por litro nas unidades produtoras, de acordo com o levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP).
No Auto Posto Glicério, por exemplo, que é de bandeira Shell, o etanol teve aumento R$ 0,12. “Alteramos os preços hoje (ontem). Tudo reflete, não tem jeito. Aumenta e todos pagamos”, justifica o frentista encarregado Adilson Assunção Moreira. “Como cidadão, acho um absurdo todo este aumento de gasolina”, reclama.
No posto, situado na Avenida Francisco Glicério, em Santos, a gasolina teve aumento de R$ 0,20 e o diesel de R$ 0,24. “Eu não entendo este aumento. O Governo diz que o petróleo está em quebra, mas aumenta a gasolina. Não tem como o posto não repassar se tem seus custos para pagar também”, comenta.
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Já no Portal de Santos (em frente à Santa Casa), de bandeira BR, o aumento do etanol foi de apenas um centavo. “Não mexemos no preço porque já teve reajuste na outra semana”, explica o gerente do posto, Eduardo Lopes. Lá, o aumento da gasolina foi de R$ 3,098 para R$ 3,318 (22 centavos) e o do diesel de R$ 2,668 para 2,818 (15 centavos). “Repassamos exatamente o que o Governo aumentou. Infelizmente, quem paga é a população”, explica.
O operador de empilhadeira Rodrigo Vieira de Souza, que abastecia no local, levou um susto quando parou no posto. “Abasteço de duas em duas semanas, não sabia que tinha aumentado. Sempre muda o preço, mas dessa vez aumentou muito. Tive que abastecer mesmo do que o normal”, lamenta.
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E parece que esta foi a saída encontrada pelos motoristas: deixar os tanques em nível mais baixo. “O pessoal tá colocando menos e reclamando. Não tem jeito, tem que abastecer”, explicam os frentistas do posto Ipiranga, na esquina da Avenida Ana Costa com a Avenida Francisco Glicério.
Mas, para alguns, o jeito é levar com bom humor. “O que é isso? Aumentou a gasolina? Tira o combustível que eu coloquei agora. Não acredito que aumentou tudo isso. Com esse preço vocês vão ter que lavar e encerar o meu carro”, brinca o engenheiro civil José Zeferino, explicando que nem viu a placa de preços porque sempre para no mesmo posto para encher o tanque.
Para encerrar a brincadeira do consumidor, um dos frentistas perguntou: “Em quem o senhor votou? É isso aí”.
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