Continua depois da publicidade
O coordenador da defesa de Oscar Pistorius interrogou nesta quinta-feira um dos vizinhos do atleta paralímpico e questionou as declarações de Charl Johnson sobre a quantidade de tiros que disse ter ouvido na madrugada em que a modelo Reeva Steenkamp, namorada do competidor, foi assassinada.
O advogado Barry Roux disse que o testemunho de Charl Johnson e suas declarações à polícia foram manipulados para coincidir com os de sua esposa, que prestou depoimento no primeiro dia do julgamento e tentam "incriminar o acusado".
"Eu posso dizer com confiança que ouvi tiros", disse Johnson no interrogatório a que foi submetido por Roux no quarto dia do julgamento contra Pistorius pelo assassinato de Reeva. "Eu tenho certeza que ouvi a voz daquela senhora", acrescentou.
Roux argumenta que Johnson e sua esposa, as testemunhas apresentadas pelos promotores, estão errados sobre o que ouviram na madrugada em que Pistorius matou a sua namorada depois de atirar quatro vezes pela porta do banheiro.
Continua depois da publicidade
O advogado disse que o barulho que Johnson ouviu foi o resultado dos golpes que Pistorius deu na porta do banheiro com um bastão e os gritos eram do angustiado atleta pedindo auxílio e que Reeva não emitiu sons. Pistorius diz que atirou em sua namorada por engano.
Johnson declarou que não concordava com o que o advogado disse e descreveu mais detalhadamente o que ouviu naquela noite em que Pistorius provocou a morte da sua namorada. Ele e sua esposa vivem a cerca de 170 metros da casa do atleta paralímpico. "O medo na voz da senhora contrastava com um tom viril muito monótono", disse Johnson. "Parecia que o homem estava envergonhado quando pediu ajuda".
Continua depois da publicidade
A sequência dos eventos que ocorreram na madrugada do dia 14 de fevereiro do ano passado é um aspecto crítico do caso. Os promotores dizem que antes dos tiros houve uma discussão entre Pistorius e Reeva. O atleta paralímpico afirma que não houve bate-boca com a modelo e que ele a matou acidentalmente porque achava que se tratava de um intruso que tinha entrado em sua casa.
Pistorius é acusado de assassinato premeditado. O sul-africano é um atleta mundialmente admirado, cuja carreira atingiu o ápice em 2012, quando ele participou dos Jogos de Londres, se tornando o primeiro competidor paralímpico a disputar uma edição da Olimpíada. Além disso, o sul-africano possui oito medalhas paralímpicas, sendo seis de ouro.
AJUDA DE PISTORIUS - Em um depoimento que acabou sendo favorável a Oscar Pistorius, o radiologista Johan Stipp afirmou que viu o atleta tentando ressuscitar a modelo Reeva Steenkamp, morta a tiros disparados pelo próprio corredor nas primeiras horas do dia 14 de fevereiro do ano passado.
Continua depois da publicidade
Uma das testemunhas deste julgamento, Stipp disse que chegou ao local pouco depois de ouvir os disparos e que no mesmo encontrou Pistorius chorando e de joelhos, enquanto tentava, sem sucesso, reanimar a sua ex-namorada, atingida por quatro tiros quando estava dentro do banheiro da suíte do casal, na residência do competidor.
Stipp contou também que viu o astro sul-africano colocando dois dedos na boca de Steenkamp, para tentar ajudá-la a respirar, quando encontrou o casal no andar térreo da residência. "Ele disse: 'Eu atirei nela. Pensei que era um ladrão. Eu atirei nela'", afirmou a testemunha, "respaldando" versão da defesa, de que o atleta não teria discutido fortemente com a modelo antes de matá-la de forma premeditada, conforme acusa a promotoria do caso.
O radiologista também assegurou que "Oscar chorava o tempo todo e pedia para Deus deixá-la viver", assim como também tentou ajudar a ressuscitar Steenkamp, mas a namorada do atleta já não apresentava sinais vitais. "Ela não tinha pulso no pescoço, ela não tinha pulso periférico", relatou a testemunha, que, como um médico com anos de estudo, lutou para ajudar a salvar a vítima. "Tentei ajudá-la, tentei abrir a sua via área (para que pudesse respirar)", assegurou.
Continua depois da publicidade
Questionado pelo promotor Gerrie Nel sobre qual foi a primeira cena que viu ao entrar na casa de Pistorius, Stipp afirmou que viu o atleta com a mão esquerda da virilha direita de Steenkamp, enquanto a mão direita do corredor cobria a boca da modelo, com o auxílio de dois dedos da mesma mão.
Para completar, Stipp enfatizou que Pistorius "chorava o tempo todo" e "estava orando a Deus e dizendo: 'Por favor, deixe-a viver". "Oscar disse que iria dedicar sua vida e a vida dela a Deus" se Ele a deixasse viver, relatou a testemunha.
Continua depois da publicidade