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Pelo terceira dia seguido, o julgamento do pedido de fiança de Oscar Pistorius foi novamente adiado nesta quinta-feira (21), após uma nova audiência no tribunal em Pretória, na África do Sul. O astro paralímpico é acusado de ter premeditado o assassinato da modelo Reeva Steenkamp, com quem namorava há cerca de três meses - ela foi encontrada morta na casa do atleta, na madrugada do dia 14 de fevereiro, na capital sul-africana. Assim, ele segue preso na delegacia em que está sob custódia desde do crime.
Reeva Steenkamp foi assassinada com três tiros no banheiro da suíte da casa de Pistorius. O atleta alega ter feito os disparados de forma acidental, por acreditar que um ladrão tivesse invadido a residência. Mas a promotoria sustenta que ele teve a intenção de matá-la, após uma suposta discussão entre os dois.
Ainda nesta quinta-feira, a defesa de Pistorius conseguiu o que pôde ser considerado uma vitória sobre a promotoria. A chefe da polícia sul-africana nomeou um novo investigador para o caso, depois da revelação feita de que o então encarregado, detetive Hilton Botha, está enfrentando uma acusação de tentativa de homicídio, em incidente ocorrido em outubro de 2011 - ele deve ser julgado em maio, quando, ao lado de outros dois policiais, disparou contra um ônibus de pequeno porte que tentava deter.
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Riah Phiyega, chefe da polícia sul-africana, disse que o tenente Vinesh Moonoo se tornou o novo encarregado de chefiar as investigações do assassinato de Reeva Steenkamp. Ela destacou que o caso de Pistorius deve "receber a atenção de todo o país" e que o responsável para a missão "montará uma equipe de talentosos e experimentados detetives". E ainda destacou que o escolhido é o "melhor detetive" da África do Sul.
Antes de ser oficialmente substituído nesta quinta-feira, Botha havia se manifestado contra o pedido de liberdade de Pistorius, em audiência no dia anterior, quando disse que o atleta solto representaria um "risco à sociedade" e alegou que o mesmo poderia tentar fugir da África do Sul se fosse colocado em liberdade.
O investigador também teve a sua competência colocada em xeque depois de a promotoria do Ministério Público da África do Sul ter afirmado, também na quarta-feira, que houve um erro testemunhal de Botha quando o policial informou que foram encontradas caixas com testosterona no quarto do atleta. Medupe Simasiku, porta-voz do MP, disse que é muito cedo para identificar a substância achada no local como testosterona até que a mesma seja submetida a testes de laboratório que comprovem, de fato, sua origem.
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O advogado de Pistorius, Barry Roux, disse na audiência de quarta-feira que o conteúdo das caixas "não é um esteroide e nem uma substância proibida", depois de a revelação da polícia ter levantado a possibilidade de o atleta biamputado ter feito uso de doping para melhorar o seu rendimento esportivo.
Botha ainda foi acusado por Roux de "contaminar a cena do crime" ao caminhar com sapatos sem proteção sobre o chão da casa de Pistorius. E o próprio investigador admitiu que deveria ter tomado este cuidado. E esta série de deslizes, somada principalmente ao fato de que o policial enfrenta acusações de homicídio, acabaram resultando em sua substituição no caso envolvendo o astro paralímpico.
Pistorius, que enfrentará nesta sexta-feira o quarto dia seguido de audiência no tribunal de Pretória, é considerado um ícone do esporte e fez história ao se tornar o primeiro biamputado a disputar uma edição da Olimpíada, no ano passado. Correndo com prótese nas duas pernas, ele representou o seu país nas provas dos 400 metros e do revezamento 4x400 metros dos Jogos de Londres. E, em três participações em Jogos Paralímpicos, conquistou oito medalhas, sendo seis delas de ouro.
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