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Mais um passo na discussão para a construção de um hospital regional em São Vicente foi dado ontem. No próximo dia 30, a Comissão Especial de Vereadores (CEV) de São Vicente e membros da União dos Vereadores da Baixada Santista (UVEBS) se reunirão com o secretário estadual de Saúde David Uip para tratar do assunto. A agenda foi informada ontem pelo presidente da CEV, vereador Júnior Bozzella (PSDB), durante reunião realizada na Sala de Comissões da Câmara Municipal.
No encontro, o secretário de Saúde de São Vicente, Antonio Rua, confirmou a necessidade de o município contar um complexo hospitalar de alta complexidade para atender não só os vicentinos como também moradores das cidades próximas.
Segundo Rua, cerca de 70% da população de São Vicente é SUS dependente e o déficit de leitos de internação chega a 750 unidades. “Cerca de 240 a 250 mil habitantes dependem do SUS, só 30% contam com a saúde suplementar”.
O secretário apontou que os leitos SUS disponíveis em São Vicente são do Hospital Municipal (antigo CREI), a Maternidade e até o final do ano o Hospital do Humaitá, de baixa complexidade. “Mesmo assim não resolveria o problema, nós estamos muito aquém das nossas necessidades. Por isso, estão perseguindo leitos. Vamos tentar contratualizar entre 100 e 150 leitos do Hospital São José até o final do ano. Mas mesmo com o São José ainda ficamos distantes dos 750 leitos necessários”.
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Rua afirmou que o Município já teve duas conversas com o ministro da Saúde Arthur Chioro sobre a construção do hospital regional em São Vicente. Rua disse que o ministro já teria se comprometido a reservar aporte financeiro no orçamento de 2015 para o hospital, aguardando para este ano o envio do projeto.
O secretário disse ainda que o município cogita duas áreas para a construção do Hospital Regional: o terreno que abriga o Centro de Convenções, no Parque Bitaru, e outro na Área Continental, próximo ao Humaitá, na Rodovia Padre Manoel da Nóbrega. Antonio Rua explicou que o Centro de Convenções é pouco utilizado e a área que pertence à Municipalidade teria melhor destinação para o hospital. A área foi cedida à Prefeitura pela Secretaria do Patrimônio da União (SPU). O terreno da Área Continental pertence à União.
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Atualmente, segundo o secretário Antonio Rua, a Baixada Santista tem um déficit de cerca de 2 mil leitos hospitalares SUS e que um hospital regional em São Vicente seria significativo para o atendimento tanto dos vicentinos quanto para demais habitantes da região.
“A gente elegeu o Hospital Regional de São Vicente como a prioridade a ser trabalhada. Esta iniciativa precisa da União e do Estado porque se um dos dois não participar, só os municípios não têm condições de tocar um projeto dessa dimensão. O nosso papel é abrir o diálogo entre Estado e União para que o morador da região possa ter um equipamento mais moderno e bem equipado”, afirmou o vereador santista Evaldo Stanislau (PT), que é presidente da Comissão de Saúde da Uvebs e idealizador da Frente Parlamentar da Saúde da Baixada Santista e Vale do Ribeira.
“O meu objetivo, através da criação da Comissão (CEV) é justamente inserir o Governo do Estado de São Paulo nessa discussão para que a gente possa tentar ver a viabilidade dessa obra” disse o presidente da Comissão Especial de Vereadores, vereador Júnior Bozzela.
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Convidado por Bozzela, o diretor Regional de Saúde da Baixada Santista Cezar Kabbach Prigenzi participou da reunião, mas seu posicionamento não agradou aos vereadores e ao secretário de saúde presentes.
“Primeiramente é preciso discutir o Hospital São José”, defende Prigenzi. Na visão do diretor regional de Saúde, São Vicente necessita, de imediato, de leitos para atender a sua própria população e não de um hospital regional. Prigenzi apontou como solução a contratualização dos leitos do Hospital São José. Ele ressaltou a questão da manutenção de um hospital de alta complexidade que poderia, no futuro, correr o risco de se tornar um “elefante branco”. “Tem que olhar a estrutura existente e investir nessa estrutura”, enfatizou.
Mas também comentou que a realização de um hospital regional depende de uma gestão tripartite envolvendo município, Estado e União. “Não adianta construir um hospital e não conseguir mantê-lo funcionando”, afirmou. “O Hospital Regional deve ser pensado a longo prazo. Não é uma discussão rápida. Acima da questão política, a questão técnica é imperiosa”, defendeu Prigenzi.
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Participaram ainda do encontro na Câmara, o presidente da União dos Vereadores da Baixada Santista (Uvebs), Rafael Redó (DEM – Mongaguá), o vereador Guilherme Prócida (PSDB – Mongaguá) e os vereadores vicentinos Paulinho Alfaiate (Solidariedade) e Alfredo Martins (PT).