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O Dalai Lama sugeriu nesta terça-feira que poderá não ter um sucessor, levantando dúvidas sobre a escolha do próximo líder espiritual tibetano. A questão virou motivo de disputa entre a comunidade exilada do Tibete e o governo chinês.
Em uma entrevista ao jornal alemão Welt am Sonntag, o guia espiritual disse achar que os tibetanos não precisam mais de um líder. "Se um Dalai Lama fraco vier, então será uma desgraça para os Dalai Lama", ele disse.
O atual Dalai Lama, de 79 anos, que fugiu para a Índia após uma revolta fracassada contra o governo comunista chinês em 1959, já havia indicado no passado que poderia ser o último da linha de líderes espirituais da comunidade tibetana. Os exilados do Tibete temem que Pequim, para enfrentar a inquietação política causada pela minoria tibetana, forçará seu próprio indicado para ser o Dalai Lama após a morte do atual.
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O porta-voz do líder tibetano, Tenzin Taklha, disse que os comentário do guia espiritual representam sua visão pessoal da reencarnação e que uma "decisão final será tomada pelo povo tibetano".
A questão da sucessão é tradicionalmente decidida por meio de um processo místico milenar usado para identificar a reencarnação do Dalai Lama. O procedimento, no entanto, se tornou altamente politizado. A China, que encara o Dalai Lama como um separatista afirmou sua autoridade sobre a seleção do líder espiritual, apesar de o partido comunista que governa o país ser oficialmente ateu.
O especialista em cultura tibetana da Universidade de Columbia Robert Barnett disse que, se o Dalai Lama fizer uma declaração definitiva para dar fim à tradição, ele pode impor uma situação difícil para o governo chinês. "Se eles desafiarem o pronunciamento de declarar um Dalai Lama, os tibetanos não aceitarão a pessoa indicada", ele explica. "E se eles não declararem um, eles estarão agindo sob a autoridade do Dalai Lama, o que não querem."
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