A obra reúne registros, documentos e depoimentos de pessoas que conviveram e militaram ao lado de Alzira / Divulgação
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A cidade de Santos recebe nesta sexta-feira (26) o lançamento do curta-metragem Alzira Rufino – Eu Mulher Negra Resisto, produção do Teatro Experimental de Pesquisas (TEP), da Unisanta.
A estreia acontece no Cine Arte Posto 4, na cidade de Santos, em cinco sessões gratuitas, com exibições às 16h, 17h, 18h30, 20h15 e 21h. A escolha da data marca os dois anos da morte da ativista, uma das vozes mais influentes do movimento negro e feminista da região.
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A obra reúne registros, documentos e depoimentos de pessoas que conviveram e militaram ao lado de Alzira, buscando retratar de forma sensível e autêntica sua trajetória.
Com direção de Gilson de Melo Barros, edição e finalização por Tales Ordakji, e consultoria da professora Urivani de Carvalho, o curta conta ainda com a participação de artistas, pesquisadores e militantes que celebram o impacto duradouro de suas ações.
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Alzira Rufino foi uma referência da cultura e dos movimentos sociais da Baixada Santista a partir dos anos 1980.
Criadora da Casa de Cultura da Mulher Negra, organização não governamental fundada nos anos 1990, ela coordenou projetos voltados à assistência jurídica, abrigo e orientação psicossocial a mulheres negras.
Também promoveu ações culturais e educacionais que incentivaram o protagonismo feminino, especialmente em contextos de vulnerabilidade.
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A Casa desenvolveu atividades reconhecidas nacional e internacionalmente, como programas de combate à violência doméstica, iniciativas de inclusão, e o estímulo a carreiras artísticas.
Entre os projetos mais marcantes estão o coral infantil Omó Oyá e o Grupo de Dança Afro Ajaína, ambos voltados à valorização da identidade e da cultura afro-brasileira.
Além de militante, Alzira também atuou como escritora. Poeta e contista, integrou a Geração Quilombhoje, movimento literário voltado à valorização da cultura negra.
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Suas obras incentivam o fortalecimento da autoestima da população afrodescendente e o combate à discriminação racial. Entre suas publicações, destaca-se a revista Eparrei, pioneira como veículo digital voltado à população negra, da qual foi editora e mentora.
A produção do curta foi enriquecida pela curadoria da professora Urivani de Carvalho, responsável pela guarda do acervo da Casa de Cultura da Mulher Negra.
O trabalho teve apoio da Secretaria de Cultura de Santos, via Lei Paulo Gustavo, e apoio institucional da Unisanta.
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A trilha sonora da obra também destaca nomes locais como as cantoras Jaqee Fernandes e Mayarah Magalhães, além de contribuições do artista multimídia Jota Amaral. A captação de imagens contou com o apoio de Cibele Gonçalves e Igor Ximenes.
O curta reafirma a importância de preservar e difundir a história de Alzira Rufino, resgatando não apenas sua luta, mas também sua visão sobre o papel da mulher negra na construção de uma sociedade mais justa e plural.