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A cúpula do Mercosul, prevista inicialmente para o dia 28 de junho, foi adiada para o mês de agosto. A nova data será marcada após a posse do presidente eleito do Paraguai, Horacio Cartes, que assume no dia 15 de agosto. O adiamento foi um alívio para o Brasil e a Argentina, que terão mais tempo para tentar atenuar as animosidades provocadas por uma longa lista de conflitos, que se intensificaram nas últimas semanas.
As presidentes Dilma Rousseff e Cristina Kirchner se reuniram pela última vez em Buenos Aires, no mês de abril. Após sete horas de reunião, não houve acordo, o que indica um momento difícil na relação entre os dois maiores membros do bloco econômico. Primeiro, por causa das Declarações Juramentadas Antecipadas de Importações (DJAI), que impôs a necessidade de licenças para todas as importações e prejudicam, especialmente, os produtos de origem brasileira.
Além disso, houve a suspensão do projeto de US$ 5,9 bilhões da Vale para explorar potássio na Província de Mendoza. A Casa Rosada considerou a medida como falta de apoio do Palácio do Planalto. A mesma avaliação foi feita em relação à decisão da Petrobras de não vender seus ativos no país a um empresário próximo ao governo argentino, Cristóbal López. O negócio estava prestes a ser fechado e a estatal brasileira decidiu recuar.
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O último item da lista de conflitos surgiu na terça-feira, 4, com a decisão da presidente argentina, Cristina Kirchner, de estatizar, sem nenhuma compensação, as concessões de duas ferrovias da empresa brasileira América Latina Logística (ALL). São cerca de 8 mil quilômetros de linhas, que ficarão sob a administração da empresa estatal Belgrano Cargas, criada no mês passado. O governo argentino alegou uma série de supostos descumprimentos de contratos, além do não pagamento de impostos pela ALL. O governo sustenta ainda que a empresa deve 200 milhões de pesos (US$ 39 milhões) ao Fisco.