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Retirada imediata de todos os veículos estacionados na Avenida Plínio de Queiroz; solicitação para que esta via municipal seja estadualizada, devido às suas características; sentido único de direção no viaduto Rubens Paiva em horários de pico, solicitando-se que o mesmo seja feito na Via Bandeirantes; envio à Prefeitura de relatório sobre notificações e multas aos terminais responsáveis pelos congestionamentos (por descumprirem o agendamento da chegada de caminhões ao porto). Esses foram os principais pontos definidos na reunião emergencial convocada pela prefeita de Cubatão, Marcia Rosa, em razão do caos registrado nas estradas da região desde a noite de segunda-feira (17), com o intenso tráfego pesado no escoamento da safra agrícola.
Participaram do encontro, no gabinete da prefeita, representantes do Polo Industrial, do Porto de Santos, da Associação Comercial, do Ciesp, da Polícia Rodoviária e de empresas transportadoras de carga, além de secretários municipais e outras autoridades. A reunião durou cerca de duas horas e meia e mobilizou mais de 50 pessoas.
Motivo
Para o representante da Secretaria Especial de Portos (SEP), Luiz Cláudio Montenegro, a razão dos congestionamentos é o descumprimento, por alguns terminais, do agendamento de veículos, que deveria regularizar o fluxo de caminhões até o porto. Ele garantiu que essas empresas serão multadas: "Registramos um grande fluxo de veículos não programados nesses dois dias. Já fizemos notificações, mas como algumas empresas não entenderam, faremos com que sintam na forma de multas". Esses serão os primeiros autos de infração depois do acordo fechado entre a SEP e as entidades que englobam caminhoneiros e transportadores de carga.
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Ele informou ainda que um pátio regulador de caminhões em Sumaré está sendo preparado para entrar em operação. O local, que pode receber 200 caminhões, em situações emergenciais pode comportar até 700 veículos.
A ação da Companhia Municipal de Trânsito (CMT) na Avenida Plínio de Queiroz foi deflagrada momentos após a reunião, pois hoje essa via é considerada como um entrave mais sério ao trânsito que a chamada "Rua do Adubo", de Guarujá. Pelas mesmas razões, a prefeita reiterou solicitações para que seja obtida o mais rapidamente a estadualização dessa estrada, situada na área do Polo Industrial.
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Indignação
"Não vou aceitar que os moradores de Cubatão passem mais uma vez o que enfrentaram hoje. Médicos não chegaram aos postos de saúde, crianças não conseguiram frequentar as escolas, trabalhadores não tiveram como assumir seus postos no pólo industrial. A cidade ficou travada, parada desde a noite de segunda-feira", disse a prefeita, ao abrir a discussão.
Marcia Rosa disse que praticamente 50 mil pessoas - que dependem diariamente do viaduto que liga a região do Jardim Casqueiro com os demais pontos da Cidade - ficaram ilhadas. "Não dá mais para aceitar essa situação. Amanhã (quarta-feira) quero prioridade absoluta para os cubatenses que precisam passar por aquele viaduto".
Ela afirmou que os prejuízos são incalculáveis. "O polo industrial também não recebeu trabalhadores no horário programado. A produção foi afetada. O sistema de gerenciamento das cargas precisa funcionar e alguém está falhando. E esta é uma falha grave".
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O presidente da Ciesp, Valdir Caobianco, indignado com o quadro caótico, lembrou que a situação atual já ocorreu no final de agosto do ano passado, quando foi registrado o prejuízo de R$ 1,5 milhão somente com o atraso de funcionários. "Na troca de turno de segunda para terça-feira, os funcionários deixaram seus postos com três, quatro horas de atraso. Isso provoca inúmeros transtornos. Além disso, tivemos uma funcionária assaltada na estrada".
Ele destacou ainda que, se ocorrer qualquer emergência, dificilmente será possível mobilizar as equipes de socorro com as estradas paradas. "Estudamos o ingresso de ações jurídicas em relação às perdas. A situação está insustentável". O presidente da Ciesp alertou ainda que a situação também implica no planejamento do polo: "Os congestionamentos acabam refreando novos investimentos".
Já o superintendente de Logística Integrada da Codesp, Osvaldo Vale Barbosa acredita que a partir de quinta-feira o problema deva ser reduzido, como efeito das pesadas multas que serão aplicadas aos terminais que descumpriram o agendamento - entre R$ 1.000,00 e R$ 2.000,00 por dia e por caminhão não agendado -, explicando que naquele momento o assunto estava sendo tratado em uma reunião da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq).
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