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Um dos filhos mais ilustres de Cubatão, o escritor Afonso Schmidt, tem sua vida e obra celebrados todo ano na cidade. É a "38ª Semana Afonso Schmidt" que oferece uma série de eventos enaltecendo a herança intelectual deixada pelo autor. Em 2013, a programação ocorre de 24 a 29 de junho e se concentra, em grande parte, na Biblioteca Municipal (Av. Nove de Abril, 1977).
No dia 24, às 10h, a abertura da semana ocorre com "Outonais", exposição de desenhos do artista Tótila Ártigas. Com temática inspirada na atual estação, o outono, a mostra conta com dezenas de paisagens pintadas a crayon, giz de cera e lápis plástico.
Em cada quadro, uma cena de um lugar por onde Tótila passou ou viveu, e que ficou guardada na memória. "Procuro captar toda poesia que existe, por exemplo, no pôr-do-sol de uma tarde fresca de outono, com seus coloridos intensos, mesclados com horizontes cobertos de reflexos".
Já no dia 25, às 13h, acontece o lançamento do livro "Dança e Saúde - Física, Mental e Emocional", de Marcos Ribeiro. O coreógrafo, dançarino e professor de expressão corporal e de passarela, faz um apanhado de tudo o que aprendeu e registrou durante esses anos de profissão. Além da tarde de autógrafos, haverá oficina de expressão comportamental.
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Esquinas do Mundo - Em 27/6, às 14h, ainda na Biblioteca Municipal, haverá lançamento de "Esquinas do Mundo - Ensaios sobre história e literatura a partir do Porto de Santos", de Alessandro Atanes, e bate-papo com o autor, juntamente com o escritor cubatense Marcelo Ariel.
Justifica-se a parceria porque, na verdade, ela teve início justamente com o livro. De acordo com Alessandro, apesar da publicação não ser de teoria, os ensaios podem ser lidos também pelos interessados em questões gerais sobre as relações entre História e Literatura. E isso ocorre sobretudo no texto que será apresentado na Semana Afonso Schmidt, "A Tragédia de Vila Socó na poesia de Marcelo Ariel", em que a obra do poeta é lida como um monumento às vítimas do incêndio que, em 1984, exterminou dezenas de famílias que moravam em palafitas construídas sobre oleodutos.
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É também de Ariel o texto de introdução do "Esquinas do Mundo". Como é comum que obras de ficção tenham uma introdução analítica, descritiva ou crítica, o poeta foi convidado para fazer o inverso, um texto de ficção que introduza os ensaios.
Alessandro diz que a intenção do livro é criar conhecimento histórico a partir de poemas e romances que tenham Santos e outros portos como tema ou cenário, explorando suas diferenças ou contrastando suas semelhanças, mas sempre colocando-os em relação uns com os outros. E, além disso, a grande questão de fundo dos ensaios é justamente sobre como escrever sobre História tendo a Literatura como "objeto" de análise, um objeto que mais retrata do que reflete, que deve ser lido a "contrapelo". Atanes é jornalista da Prefeitura de Cubatão e mestre em História Social.
Schmidt musicado
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E em 29/6, às 20h30, haverá o Concerto Musical "Tributo a Afonso Schmdit", no Bloco Cultural (Pça. dos Emancipadores, s/nº), com entrada gratuita. A regência será do maestro Roberto Farias. No repertório, estão poemas de Schmidt musicados por Farias, cantados pelo Coral Zanzalá. Haverá, ainda, participação do Grupo Rinascita de Música Antiga, coral infantil do Programa BEC (Banda Escola de Cubatão) e das bailarinas do Corpo Coreográfico da Banda Marcial. A Sinfônica de Cubatão traz um programa especial, também, com músicas de compositores latinoamericanos em destaque como Roberto Pintos e José Ignácio Blesa Lull.
Afonso Schmidt
Schmidt é considerado o principal nome da Literatura na cidade e, por isso, recebeu uma Semana em sua homenagem. Ele nasceu em Cubatão, no dia 29 de junho de 1890 e escreveu mais de 70 títulos. Aos 16 anos, com o apoio da mãe, Odila Brunckenn, publicou a primeira obra, "Lírios Roxos", que deu início a uma extensa produção. Entre 1942 e 1943, o escritor recebeu três prêmios da Academia Brasileira de Letras: o prêmio Machado de Assis com o romance "A Marcha", o prêmio Coelho Neto com o livro de contos "Tesouro de Cananéia" (1942) e o prêmio Ramos Paz com a novela "No Reino do Céu" (1942). Com o reconhecimento, foi eleito para a Academia Paulista de Letras e ingressou como sócio honorário do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo. Depois de homenageado por diversas instituições, Schmidt recebeu ainda, em 1963, o Prêmio Juca Pato como o Intelectual do Ano. Com problemas cardíacos, o romancista, dramaturgo, poeta, repórter e aventureiro morreria em 3 de abril de 1964, aos 74 anos.
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