Cotidiano

Crise leva provedor da Santa Casa de São Paulo a pedir afastamento

Kalil Rocha Abdalla pediu afastamento do cargo por 90 dias, em meio a acusações de má gestão, dívidas que já chegam a mais de R$ 800 milhões e um abaixo-assinado

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 22/12/2014 às 17:58

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O provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, Kalil Rocha Abdalla, pediu afastamento do cargo por 90 dias, em meio a acusações de má gestão, dívidas que já chegam a mais de R$ 800 milhões e um abaixo-assinado online elaborado por um grupo de funcionários na sexta-feira e que hoje (22), por volta das 11h30, já tinha 2.500 assinaturas.

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No início da manhã, o mesmo grupo ameaçou fazer um ato que acabou substituído por uma reunião, da qual resultou uma carta. Representante do movimento Santa Casa Viva, o médico José Gustavo Parreira leu a carta escrita pelo grupo à mesa administrativa da entidade. O Santa Casa Viva reúne diversas categorias profissionais, estudantes, e residentes da Santa Casa e pretende organizar um movimento para recuperar a instituição. A carta lida pelo médico diz que a situação é urgente e demanda ação imediata.

“Acreditamos que a renúncia ou o afastamento do provedor Kalil Rocha Abdalla faz-se necessário para sairmos dessa crise sem precedentes. A mesa administrativa, composta por 50 irmãos mesários, não pode se omitir neste momento. Cabe aos senhores assumir essa responsabilidade convocando uma assembleia-geral imediatamente, fazendo cumprir nossa reivindicação de destituição do provedor”, diz a carta.

Kalil Rocha Abdalla pediu afastamento do cargo por 90 dias (Foto: Divulgação)

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Segundo o grupo, se o provedor não for retirado do cargo, continuarão prejudicados o atendimento à população, as atividades da residência médica, a faculdade de ciências médicas e o trabalho dos funcionários de outros setores. Com a saída de Abdalla, que foi reeleito para o terceiro mandato em abril deste ano, quem assume a cadeira é o vice-provedor Ruy Altenfelder.

Ana Lúcia Firmino, diretora jurídica do Sindicato dos Enfermeiros do Estado de São Paulo (Seesp), explicou que a ação não foi coordenada pelo sindicato. Ela ressaltou ainda que os funcionários e o sindicato descartam a possibilidade de fazer paralisações. “Entendemos que a Santa Casa tem um papel social muito importante e, se não houver atendimento, não se gera recurso, pois o repasse de verbas depende do registro desses atendimentos.”

De acordo com nota enviada pela Santa Casa por meio da assessoria de imprensa, o afastamento de Abdalla ocorreu para que a sindicância em andamento seja feita com maior transparência. De acordo com as informações, a sindicância tem o objetivo de averiguar eventuais responsabilidades nos temas apontados na auditoria feita pela Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo.

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