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A Crimeia iniciou hoje (16) as celebrações do primeiro aniversário do seu “regresso” ao espaço russo, na sequência da convocação de um controverso referendo que justificou a sua anexação pela Rússia.
Em 16 de março de 2014, na presença de soldados de forças especiais, que duas semanas antes tinham ocupado o parlamento e locais estratégicos da península situada no sul da Ucrânia, os moradores da região aprovaram por larga maioria a sua reintegração à Federação da Rússia.
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No início das festividades, que devem se prolongar por toda a semana, milhares de pessoas assistiram a um concerto em Sebastopol, a maior cidade da Crimeia e considerada a mais pró-Rússia da região.
“Vocês, habitantes da Crimeia, haviam dito que queriam regressar a casa e o presidente [russo] tomou a sua decisão”, disse o governador da cidade, Serguei Meniailo. “Regressamos a casa sem banhos de sangue”, prosseguiu, diante de uma multidão.
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O referendo, aprovado por 97% dos eleitores, segundo as autoridades da Crimeia, mas denunciado como ilegal por Kiev e pelos países ocidentais, iniciou um ano de conflitos diplomáticos sem precedentes desde o final da Guerra fria. Ao mesmo tempo, deu alento às ambições separatistas no leste da Ucrânia, onde um conflito armado já provocou mais de 6 mil mortes.
Dois dias depois do referendo, e num desafio às sanções anunciadas pelo ocidente, o presidente russo Vladimir Putin assinou um decreto sobre a integração da Crimeia na Rússia.
A União Europeia, por meio da chefe da diplomacia, Federica Mogherini, reafirmou hoje a condenação da “anexação ilegal” da península e manifestou inquietação pela sua “crescente militarização”.
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Um ano depois, diversas organizações internacionais denunciam violações dos direitos humanos na Crimeia e a Organização para a Segurança e Cooperação na Europa aponta a repressão aos meios de comunicação independentes.
A península, que depende da Ucrânia para a água e eletricidade, não possui qualquer ligação terrestre com a Rússia, e regista dificuldades de abastecimento e uma inflação galopante. A Rússia já iniciou a construção de uma ponte no Mar de Azov para ligar o seu território à península anexada.
A anexação da Crimeia foi aplaudida na Rússia, onde muitos consideravam um erro a sua união administrativa à Ucrânia decidida pelo dirigente soviético Nikita Kruschev, em 1954, e permitiu a Putin garantir taxas de popularidade perto dos 90%, segundo pesquisas recentes.
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