Greve em SP

CPTM investiga 'explosão' de atestados médicos em dia de greve

Em média são recebidos 49 atestados por dia, contra 232 apenas no dia da greve

ISABELLA MENON - Folhapress

Publicado em 28/11/2023 às 18:52

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Só na CPTM a apresentação de atestados em 3 de outubro quase quintuplicou / Divulgação

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No dia 3 de outubro, quando também houve uma greve de servidores do sistema de transporte sobre trilhos em São Paulo, Metrô e CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) observaram um aumento no número de atestados médicos entregues por seus funcionários, de acordo com o governo de São Paulo.

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Nesta terça-feira (28), dia em que acontece a terceira greve enfrentada pela gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos), o presidente da CPTM, Pedro Mouro, disse que novamente foi registrado um aumento no número de atestados médicos recebidos e que o caso será investigado.

Após a greve de outubro, a companhia registrou um boletim de ocorrência no 3º DP (Campos Elíseos) para apurar o uso de documentos falsos por servidores, e um inquérito policial foi instaurado pela 1ª Cerco (Central Especializada de Repressão a Crimes e Ocorrências Diversas).

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"O representante da companhia registrou boletim de ocorrência porque os atestados foram emitidos na véspera e no dia da greve de funcionários, gerando na ocasião um número acima da média diária de afastamentos dessa natureza", disse a SSP (Secretaria da Segurança Pública), em nota.

A Folha de S.Paulo entrou em contato com o Sindicato dos Metroviários, com o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias de São Paulo (STEFSP) e com o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias da Zona Sorocabana e aguarda resposta.

Só na CPTM a apresentação de atestados em 3 de outubro quase quintuplicou, se comparada com a média diária de documentos do tipo emitidos entre janeiro e setembro. Em média são recebidos 49 atestados por dia, contra 232 apenas no dia da greve.

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O governo de São Paulo diz ainda que, na véspera da greve de 3 de outubro, também foi registrado aumento da apresentação de atestados médicos —foram 115 atestados.

Além do aumento do volume de atestados, foi observada uma predominância da mesma doença nos documentos.

Nos dias 2 e 3 de outubro, 110 dos 347 funcionários que apresentaram atestado tinham CID (Classificação Internacional de Doenças) para doenças do sistema osteomuscular e do tecido conjuntivo. Os demais colaboradores tiveram doenças divididas entre outras 14 CIDs.

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De acordo com o governo, a CPTM abriu uma investigação para avaliar o aumento significativo de atestados no período e está analisando documentos emitidos por uma mesma clínica e um mesmo médico, além de coincidências nas doenças relatadas.

De acordo com a companhia, também é investigado se algum documento foi adulterado ou falsificado no período.

Na apuração, foram excluídos os atestados dos funcionários administrativos beneficiados pela folga do ponto facultativo do dia 3 de outubro, além de outras questões que não têm relação com a greve, como os emitidos por mais dias antes do período, por exemplo.

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No Metrô também houve aumento de apresentação de atestados médicos na véspera da última. Foram 123 documentados apresentados, sendo que a média é de 52. No dia da greve foram apresentados mais 107 documentos.

Na terceira greve, que acontece nesta terça-feira (28), a CPTM afirma que o maior número de atestados já foi registrado. De acordo com o presidente, Pedro Moro, até as 8h30 a CPTM já tinha recebido o dobro do de atestados do que a média.

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