Cotidiano

Córrego Independência: Projeto removeu moradias, mas permitiu reocupação

Para fazer as obras de macrodrenagem, foi preciso remover moradias, em processo iniciado em 2005

Nilson Regalado

Publicado em 09/03/2025 às 08:10

Atualizado em 09/03/2025 às 11:34

Compartilhe:

Compartilhe no WhatsApp Compartilhe no Facebook Compartilhe no Twitter Compartilhe por E-mail

Para fazer as obras de macrodrenagem, foi preciso remover moradias / Reprodução

Continua depois da publicidade

Assim como o Diário do Litoral informou, através de um estudo, o estado conclui que poder público foi omisso na prevenção a enchentes em Heliópolis. O material também analisou as intervenções feitas por meio do Plane de Aceleração do Crescimento (PAC-UAP) no Córrego Independência, situado no Núcleo Redondinhos/João Lanhoso.

Para fazer as obras de macrodrenagem, foi preciso remover moradias, em processo iniciado em 2005. Entre 2008 e 2016, as vielas foram urbanizadas e o córrego foi canalizado, mas não foi previsto nada para as margens desocupadas, que poderiam ter uma área verde e espaços de uso comum.

Faça parte do grupo do Diário no WhatsApp e Telegram.
Mantenha-se bem informado.

Assim, na Viela Sabesp, por exemplo, os moradores respeitaram a decisão de não usar para moradia o espaço agora livre no entorno do córrego, mas fizeram outros tipos de construções que complementam o espaço das casas. Já na Viela Gaivotas, onde o Independência deságua no Ribeirão dos Meninos, houve reocupação, o que gerou emparedamento do canal.

Continua depois da publicidade

Leia Também

• Estudo conclui que poder público foi omisso na prevenção a enchentes em Heliópolis

E os moradores relatam inundações recorrentes nesse trecho. “Portanto, uma intervenção que visava à qualificação ambiental da área, retirando moradias de áreas de risco, não se completou e, em alguns trechos, gerou novas situações precárias”, destaca a pesquisa conduzida pelos pesquisadores do Laboratório de Estudos e Projetos Urbanos e Regionais da Universidade Federal do ABC e do Centro de Estudos da Favela (Cefavela)

O projeto do PAC não considerou a alta demanda por espaço em Heliópolis, densamente habitado, e não propôs maneiras para uso e ocupação do solo.

Continua depois da publicidade

Base para a luta 

A apresentação da cartilha Águas na Quebrada foi coordenada por Luciana Ferrara, com mediação de pesquisadores. Eles relataram conceitos ambientais e de Geografia. Também deram orientações gerais sobre como agir em caso de alagamentos e enchentes. Os participantes também debateram possíveis soluções a partir dos dados e orientações da cartilha.

A oficina foi realizada em duas partes. Na primeira, foram apresentados conceitos como bacia hidrográfica e a diferença entre enchente, alagamento e inundação. Na segunda parte, foram apresentados resultados de uma outra pesquisa do Cefavela sobre a qualidade das moradias.

Rosana Denaldi, do Cefavela, entregou para Antonia Cliede Alves, presidenta da Unas, todos os dados sobre Heliópolis do Censo 2022 já disponibilizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Continua depois da publicidade

“A oficina faz parte das nossas atividades de extensão, é fundamental dar esse retorno para a comunidade. Nosso princípio é sempre trabalhar em parceria, dar voz aos que vivem no território e trazer resultados que ajudem em suas vidas cotidianas”, afirma Rosana.

Mais lidas

Conteúdos Recomendados

©2025 Diário do Litoral. Todos os Direitos Reservados.

Software