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O corpo da jovem que morreu depois de ser estuprada e espancada em um ônibus em Nova Délhi, na Índia, no dia 16 de dezembro foi cremado neste domingo (30), em meio a uma onda de indignação e luto no país, onde manifestantes exigiram maior proteção às mulheres vítimas de violência sexual.
A cremação ocorreu durante uma cerimônia privada na capital indiana, logo após o corpo da mulher ter chegado a Nova Délhi em um voo especial da Air India, vindo de Cingapura, para onde a jovem havia sido enviada para receber tratamento médico especializado. A vítima morreu no hospital Mount Elizabeth ontem
A tragédia obrigou a Índia a enfrentar a realidade de que mulheres vítimas de violência sexual.
são frequentemente responsabilizadas pelo crime e desencorajadas de procurar ajuda por medo de expor suas famílias ao ridículo. A polícia se recusa muitas vezes a aceitar denúncias de estupro feitas por vítimas, e os raros processos que chegam aos tribunais podem se arrastar por anos.
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A segurança da cerimônia foi reforçada. Nem o público, nem meios de comunicação tiveram acesso ao crematório.
O primeiro-ministro indiano, Manmohan Singh, e a líder do partido do Congresso, Sonia Gandhi, foram ao aeroporto para receber o corpo e encontrar os membros da família da vítima que estavam no voo.
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Horas depois da morte da vítima na madrugada de sábado, a polícia indiana acusou seis homens que haviam sido presos por suspeita de participação no estupro coletivo de assassinato. Eles já haviam sido acusados de espancamento e estupro.
Após a morte da jovem, milhares de indianos acenderam velas, realizaram reuniões de oração e marcharam por várias cidades e vilas, incluindo Nova Deli, Mumbai, Bangalore e Calcutá, na noite de sábado para expressar sua dor e exigir maior proteção às mulheres e pena de morte por estupro. Atualmente o crime é punível com um máximo de prisão perpétua na Índia.
Dezenas de manifestantes tentaram romper um cordão policial neste domingo e marchar até o prédio do parlamento na capital indiana, mas foram impedidos. Eles integravam a ala estudantil do principal partido de oposição, Bharatiya Janata, e gritavam slogans contra o governo enquanto caminhavam. Centenas de policiais isolaram a área, onde está localizada a sede do governo da Índia, na expectativa de mais protestos. Além do parlamento, o local abriga o palácio do presidente, o gabinete do primeiro-ministro e vários ministérios.
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Gandhi garantiu aos manifestantes, em comunicado, que a morte da vítima de estupro "aprofunda a determinação de lutar contra atitudes e mentalidades sociais vergonhosas que permitem ao homem estuprar e molestar mulheres e meninas com tamanha impunidade".
Enquanto isso, um comunicado das Nações Unidas (ONU) informou que o secretário-geral, Ban Ki-moon, "oferece suas sinceras condolências" para a família da vítima e "condena veementemente este crime brutal". "A violência contra as mulheres nunca deve ser aceita, desculpada ou tolerada", destacou o secretário, na nota. Ban pediu ao governo indiano que tome medidas para impedir esses crimes, responsabilize os criminosos e "fortaleça os serviços fundamentais para vítimas de estupro". As informações são da Associated Press.
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