Cotidiano

Coordenador da concessionária de água de Itu pede calma à população

a noite de ontem (13), manifestantes bloquearam com barricadas as rodovias Waldomiro Corrêa de Camargo (SP-79) e Santos Dumont (SP-75)

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 14/10/2014 às 18:26

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O coordenador do sistema operacional da concessionária Águas de Itu, Maurício Camilo Franco, pediu calma à população da cidade de Itu, que sofre com o racionamento oficial de água desde fevereiro deste ano. Na noite de ontem (13), manifestantes bloquearam com barricadas as rodovias Waldomiro Corrêa de Camargo (SP-79) e Santos Dumont (SP-75).

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De acordo com Franco, moradores das regiões mais afetadas pelo desabastecimento, como o bairro Cidade Nova, prejudicam a circulação de caminhões-pipa que levam água de casa em casa. “Eles não deixam os caminhões circular na rua, ficam com medo de que o caminhão não retorne para atendê-los”, disse. “Ontem, cinco caminhões ficaram parados na Avenida Esperança e isso dificultou a logística. Temos que pedir a colaboração das pessoas para que tenham calma nesse momento”, completou.

A reportagem conversou com moradores do bairro Cidade Nova, que relataram estar sem água nas torneiras há pelo menos 15 dias. Segundo Franco, o bairro, distante 13 quilômetros do centro, teve o problema intensificado há 20 dias em razão das suas características topográficas. “Até então, eles recebiam água diariamente. Quem mora nas partes altas reclama”, disse.

A população reclamou também do preço das contas de água. Moradores disseram ter de pagar valores acima de R$ 100, mesmo diante das torneiras secas. “O que nós observamos é que, no momento de estiagem, em que há redução da oferta, as pessoas criam uma reserva [para] ter uma autonomia nos dias em que não tem água. Essa reserva, em muitos casos, supera muito a reserva normal, de quando não está em racionamento. Não se percebe, mas a pessoa consome um pouco mais de água mesmo”, declarou. “Para os casos com diferenças gritantes [de preço], temos as agências de atendimento que podem fazer a revisão”, disse o coordenador.

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Caminhão-pipa leva água a bairros de Itu (Foto: Divulgação/Prefeitura de Itu)

Maurício Franco garantiu que as medições de consumo estão sendo feitas, mas que o serviço pode estar sendo prejudicado, já que os profissionais responsáveis por esse trabalho se deparam com a revolta do povo. “Eles são questionados, as pessoas desabafam e partem até para a agressão.”

Há um ano, o estado de São Paulo passa por uma crise do regime hídrico. A cidade de Itu abrange seis bacias hidrográficas e tem sete pontos de captações. No total, são sete mananciais, que nascem e morrem no próprio município. Nenhum rio intermunicipal cruza a cidade.

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Por isso, a prefeitura espera que a obra do Ribeirão Mombaça, a 22 quilômetros de Itu, que nasce em São Roque e faz limite com Araçariguama, possa resolver em praticamente um quarto do problema do abastecimento. Os estudos para ajudar Itu, que tem características peculiares da captação de água, vinham sendo desenvolvidos desde 1998.

O presidente do Comitê de Gestão de Águas de Itu, Marco Antônio Augusto, lembra que a cidade foi uma das cinco primeiras do país a decretar o racionamento diante da crise hídrica atual. Segundo ele, no Brasil, mais de 120 municípios têm rodízio de água e, no estado, são 27 cidades.

Marco Antônio Augusto destaca que a prefeitura tem buscado amenizar o problema usando águas particulares em poços artesianos e represamentos na zona rural. “Temos que fazer uma análise até sociológica para ver se não vai prejudicar essa pessoa de onde tiramos a água”, disse. O presidente do comitê disse ainda que prefeitura também compra água da cidade vizinha Elias Fausto e estuda comprar também de Votorantim. “Onde tem água, nós estamos comprando, justamente para não entrar numa situação de caos", declarou.

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