Cotidiano
De acordo com ele, este é o trecho mais crítico do modal ferroviário e os investimentos são urgentes para aumentar a capacidade e a eficiência do corredor de exportação até o Porto de Santos
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O presidente do conselho de administração da Contrail, Guilherme Quintella, defendeu que o governo coloque todas as suas fichas na readequação do acesso ferroviário ao Porto de Santos e da malha na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) mesmo antes de qualquer construção de ferrovia no País. De acordo com ele, este é o trecho mais crítico do modal ferroviário e os investimentos são urgentes para aumentar a capacidade e a eficiência do corredor de exportação até o Porto de Santos, por onde passa a maior parte dos produtos agrícolas do País e vivem mais de 30 milhões de pessoas. "Temos de fazer isso agora", disse.
Quintella defende três projetos ferroviários na RMSP e Baixada Santista que poderão proporcionar eficiência ao transporte ferroviário no Porto de Santos. O primeiro deles é a readequação dos acessos ao porto. Para isso, ele conta com investimentos de quase R$ 5 bilhões que, na sua perspectiva, serão aportados a partir da fusão entre a concessionária América Latina Logística (ALL) e a Rumo, subsidiária do Grupo Cosan. Além disso, Quintella mencionou, em palestra no 9º Encontro de Logística e Transportes, investimentos de mais de R$ 300 milhões das concessionárias MRS e Portofer para minimizar gargalos no Porto de Santos.
O executivo também falou sobre investimentos de R$ 4,3 bilhões previstos para a segregação na RMSP da malha ferroviária destinada ao transporte de carga e de passageiros. Atualmente, trens com as duas finalidades dividem os trilhos, o que aumenta o tempo para a carga que sai do interior do País chegar à Baixada Santista. A urgência se revela, também, pelas declarações do governo do Estado de São Paulo, que já avisou que a partir de 2016 não deseja mais o compartilhamento da malha.
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Ele afirmou que concessionárias e governo federal devem negociar uma adequação dos contratos em vigor para que as obras de segregação sejam colocadas em prática. "O governo brasileiro não rasga contratos, mas precisa sentar com as concessionárias para repactuar os atuais contratos e permitir que esses investimentos sejam colocados e pratica", afirmou o empresário. "Precisamos de um aperto de mão", ilustrou. A Contrail realiza em parceria com a MRS o transporte de contêineres por ferrovia.
O último projeto defendido por Quintella no evento foi o Trem Intercidades (TIC) para passageiros. De acordo com ele, o desenho do projeto prevê cinco faixas de trilhos, uma para o transporte de carga, duas para a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e duas para o TIC.