Cotidiano

Consumo de energia sobe 0,2% no 3º trimestre, diz EPE

A Empresa de Pesquisa Energética avalia que a queda tem diminuído de ritmo, especialmente em setembro, mas o tombo acumulado no ano já chega a 3%

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 30/10/2014 às 17:21

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A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) divulgou nesta quinta-feira, 30, o boletim mensal de consumo de eletricidade, registrando alta de 0,2% no consumo do terceiro trimestre ante o mesmo período de 2013. A pequena variação no total consumido no País, considerada estável pela empresa, reflete a forte retração do setor industrial, que diminuiu o consumo em 5,4% nos últimos três meses. A EPE avalia que a queda tem diminuído de ritmo, especialmente em setembro, mas o tombo acumulado no ano já chega a 3%.

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"O menor dinamismo de setores eletrointensivos tem causado impacto significativo no mercado de energia elétrica industrial, principalmente nos Estados do Maranhão, Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais, que apresentaram as maiores taxas negativas ao longo de todo o trimestre", indica a resenha, divulgada pela EPE. Na análise por regiões, o consumo de energia pela indústria caiu 8,8% no Sudeste, onde a perda de ritmo da atividade industrial é mais grave. No Nordeste, a queda ficou em 6,7%.

Por outro lado, a alta no consumo nas residências, influenciada pelo período de Copa do Mundo, em julho, influenciou no equilíbrio da taxa geral de consumo de energia elétrica no País. O segmento residencial teve alta de 3,5% no trimestre, na comparação com 2013. Somente no mês de julho, a alta foi de 5,3% no setor.

Já na área comercial, a alta foi de 5,9% no terceiro trimestre, indicando uma redução no ritmo de alta do consumo ao longo do ano. Nos dois primeiros semestres, o consumo de energia neste segmento havia crescido 10,7% e 6,2%, respectivamente. "Além disso, é realçado quando se observa que ele se dá sobre dois crescimentos sucessivos significativos: 6,8%, em 2012 e 5,2%, em 2013, acumulando 19% em três anos", ressalta a resenha.

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O consumo de energia subiu 0,2% no 3º trimestre (Foto: Divulgação)

Setembro

A empresa também divulgou os resultados do consumo de energia em setembro, que registrou uma variação de 0,7% na comparação com o mesmo mês de 2013. A indústria manteve o viés de baixa, embora em ritmo menor que o verificado nos meses anteriores. "Já o consumo industrial caiu 4,7%, ainda impactado pelo setor eletrointensivo e os correlacionados e refletindo a desaceleração da economia", diz a nota.

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Apesar da expressiva queda, é a menor variação negativa do setor nos últimos quatro meses. Na comparação dessazonalizada, ante agosto, a queda no consumo de energia pela indústria foi de apenas 0,1%. O cenário de desaceleração da economia também afetou o consumo de energia no mercado livre, que caiu 8,1% em setembro na comparação com agosto. A queda é mais sentida no setor eletrointensivo, como metalúrgico, químico e automobilístico. Mas, segundo a EPE, a desaceleração já se reflete também em outros setores da indústria.

"O consumo da indústria metalúrgica caiu em setembro 12,3% em Minas Gerais (ferroligas, siderurgia e metais não ferrosos), 8 8% em São Paulo (principalmente metais não ferrosos), 9,6% no Rio de Janeiro (siderurgia). No setor automobilístico caiu cerca de 10% em São Paulo, 14% em Minas Gerais, 12% no Rio Grande do Sul e 14% no Paraná. Essa dinâmica afetou outros setores da cadeia, como o de borracha e plástico", indica o comunicado.

Já no segmento comercial, a alta do consumo de energia em setembro chegou a 6,2% na comparação com 2013. Com isso, acumula-se no ano crescimento de 7,6%, citando a expansão de shoppings em regiões do interior do Nordeste, além de maior movimento dos aeroportos. "Esses resultados confirmam a dinâmica do consumo no segmento de comércio e serviços observado nos últimos anos: crescimento sempre acima da média dos demais setores, atingindo de 7,1% em 2013 e 9,2% em 2012", diz o comunicado.

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Já no segmento residencial, a alta foi de 2,9%. "No maior mercado, a região Sudeste, que concentra metade do consumo residencial nacional, houve pequena queda, de 0,3%. Nas demais regiões, houve crescimento, mais intenso nas regiões Norte e Centro-Oeste", diz a nota.

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