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O consumo de energia elétrica atingiu, em fevereiro, o nível mais alto nos últimos dez anos. No segmento de baixa tensão, referente aos consumidores residenciais e comerciais, a alta foi de 14,6% em relação ao mesmo mês do último ano. Os dados, divulgados nesta quinta-feira, 27, pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), do governo federal, são um novo alerta para o setor, que opera no limite da capacidade de geração de energia.
De acordo com o levantamento da EPE, o consumo total em fevereiro subiu 8,6% em relação a fevereiro de 2013, chegando a 41.403 gigawatts-hora (GWh). Na área industrial, a alta foi de 1,4%. No acumulado do bimestre, o consumo ultrapassou 81 mil GWh, com avanço de 6,8% ante igual período do ano anterior.
"O aumento da posse de condicionadores de ar conjugado à intensificação do seu uso nas residências e nos estabelecimentos comerciais, por conta do forte calor, explicam as elevações observadas no consumo residencial e comercial de eletricidade", diz o boletim do órgão.
Para atender à demanda, todas as usinas termelétricas estão em operação, representando cerca de 28% do total da energia produzida. A situação nos reservatórios também é crítica. Na segunda-feira, 24, o Operador Nacional do Sistema (ONS) já havia revisado para baixo as previsões para o nível de água em março, passando de 38,2% para 36,9%.
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Em 2001, ano do racionamento de energia, o nível dos reservatórios estava em 34,53%. O governo nega risco de racionamento.
"A situação é de dois anos de seca, com chuvas abaixo da média. Como nosso sistema é hidrelétrico, sem água há problemas. Teríamos mais segurança com mais termelétricas na base da geração", avalia o analista Walfredo Ávila, presidente da consultoria Trade Energy.
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Segundo ele, a tendência é de redução no consumo dos próximos meses. "Dizer que não pode acontecer (um racionamento) seria temerário. O momento é de precaução e observação", completa.
Indústria
Outra justificativa para o aumento no consumo neste mês é a maior incidência de dias úteis em fevereiro, pois o carnaval foi em março. A variação afeta, sobretudo, o consumo comercial e industrial de energia. Somente a área comercial representou um aumento de 16,6% no consumo de energia.
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O consumo de eletricidade pela indústria é utilizado como termômetro do ritmo de produção. A avaliação do boletim é que o ritmo segue "enfraquecido" no setor.
A região Sudeste, onde se concentra a maior parte do parque industrial brasileiro, tem contribuído para a baixa aceleração no consumo. O consumo industrial de fevereiro, na região, ficou 0,3% abaixo do registrado em igual mês de 2013. Em São Paulo, a queda de 1,6% foi influenciada pelos setores automotivo, de alumínio e químico. No Rio, o recuo de 2,6% foi puxado, sobretudo, pelo setor siderúrgico.
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