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A baixa no preço do álcool nas bombas e a oferta de veículos com motor bicombustível (flex) no mercado têm contribuído para o aumento da procura dos consumidores pelo combustível. Conforme constatação da Agência Nacional de Petróleo (ANP), o consumo de álcool (anidro e hidratado) superou o de gasolina pela primeira vez em 20 anos, no Brasil -- desde o final da década de 1980, no auge do Pró-Álcool.
Segundo o presidente do Sindicato dos Postos de Combustíveis Lava-Rápidos e Estacionamentos de Santos e Região (Resan), José Camargo Hernandes, a procura por álcool é igual a da gasolina. “De uns dois anos para cá, as vendas têm sido meio a meio aqui na Região”, afirmou.
Hernandes disse que fatores como a entrada no mercado de veículos com motor bicombustível, a queda no preço do álcool e a supersafra de cana-de-açucar, contribuíram para o aumento do consumo desse combustível.
“O preço do litro do álcool hoje está em torno de 70% do valor do litro da gasolina. O álcool está bastante competitivo e, por isso, a procura é maior”. Hernandes afirmou ainda que a redução da alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) de 25% para 12%, no Estado de São Paulo, também foi determinante na melhora do preço do álcool combustível.
A desvantagem, contudo, está no desempenho do motor. “Um litro de gasolina faz 10 quilômetros, enquanto que 1 litro de álcool faz 7 quilômetros. Por isso também é que o álcool é mais barato que a gasolina”. Para o comerciante Luís Miguel Rubido Casas, proprietário de dois veículos com motor bicombustível -- um Meriva, modelo 2005, e um Fox, modelo 2008 --, o álcool combustível tem uma série de vantagens. Há cerca de dois anos, ele deixou de abastecer os veículos com gasolina.
“O álcool, além de ser mais barato, deixa o carro mais possante, e, dificilmente, é adulterado, diferente da gasolina”, afirmou. Luís Miguel disse que apesar de o combustível ser consumido mais rápido do que a gasolina “ainda é economicamente melhor”. Luís Miguel ressaltou ainda a vantagem do consumo de álcool para o meio ambiente. “A queima do álcool polui menos que a da gasolina, então o meio ambiente também ganha com isso”, analisou.
O consumidor afirmou que somente no inverno abastece seus carros com 1,5 litro de gasolina para o arranque do motor. “Às vezes no inverno precisa por gasolina, para facilitar na hora de dar a partida, mas no Verão não há necessidade”. O presidente do Resan acredita que o consumo do álcool combustível deva superar o de álcool entre este mês e o próximo, conforme constatou a ANP.
Segundo a ANP, em fevereiro o país consumiu 1,423 bilhão de litros contra 1,411 bilhão de litros de gasolina, ou seja, 21 milhões de litros a mais. Em janeiro do ano passado foram consumidos no país, 1,520 bilhão de litros de gasolina e 1,088 bilhão de litros de álcool (anidro e hidratado). Já em dezembro, a diferença no consumo dos dois combustíveis chegava a menos de 100 milhões de litros, com 1,703 bilhão para gasolina e 1,604 bilhão para o álcool. Em janeiro deste ano, era de apenas 49 milhões, com 1,515 bilhão de gasolina consumida e 1,466 bilhão de álcool.
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