Cotidiano
Prefeitura autorizou 77,5 mil metros quadrados em obras; novos imóveis residenciais estão concentrados no Caiçara e futuros prédios comerciais crescem no Maracanã
Só nos primeiros 50 dias úteis deste ano, a Prefeitura entregou 331 novas cartas de habitação / Divulgação
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Praia Grande registrou um crescimento de 25% na concessão de novos alvarás para construção civil nos primeiros três meses de 2025. Em números absolutos, no período entre os dias 2 de janeiro e 15 de março, a Prefeitura expediu 60 autorizações para construção de novos prédios comerciais e residenciais.
Essas obras correspondem a uma área a ser construída que soma 77.597 metros quadrados. No mesmo período do ano passado, Praia Grande autorizou o início de 48 novas construções.
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E os maiores vetores de crescimento da construção civil são os bairros Caiçara e Maracanã. O Caiçara abriga a maioria dos futuros empreendimento para uso residencial, enquanto os novos imóveis comerciais serão erguidos prioritariamente no Maracanã.
“A grande expansão no mercado imobiliário de Praia Grande é algo fantástico. Nota-se nitidamente que a cada dia aumenta o número de novos prédios de condomínios. E um fato interessante é a altura, o número de apartamentos cada vez maior. Evidentemente que isso aquece a economia, movimenta segmentos importantes”, salienta o presidente do Conselho Regional dos Corretores de Imóveis do Estado (Creci-SP), José Augusto Viana Neto.
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Só nos primeiros 50 dias úteis deste ano, a Prefeitura entregou 331 novas cartas de habitação, o chamado “habite-se”. Isso significa quase 7 apartamentos ou casas recém construídos e devidamente autorizados a receber moradores a cada dia.
“Para os corretores de imóveis é extremamente interessante, assim como para os escritórios de engenharia, de arquitetura. E isso faz com que Praia Grande se torne uma cidade muito interessante para os investidores, sobretudo de fora”, completa Viana Neto.
E a maior obra privada em andamento no Município é o Shopping Center Vilamar, no bairro Mirim. O conjunto terá 300 lojas, praça de alimentação para 1.500 pessoas e estacionamento com 1.900 vagas. O destaque deve ser o cinema com capacidade para mil espectadores.
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Localizado na Avenida Presidente Kennedy com as ruas Álvaro dos Santos e Primeiro de Janeiro, o empreendimento terá área construída de 156.333 metros quadrados.
O novo shopping será entregue ainda este ano e deve gerar cinco mil empregos, incluindo os postos de trabalho durante a construção.
“Todos sabemos que Praia Grande é uma cidade muito agradável, que tem boa qualidade de vida, muito bem conservada, limpa. A Prefeitura tem uma zeladoria exemplar”, exalta o presidente do Creci-SP.
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Porém, Viana Neto alerta para a necessidade de planejamento e equilíbrio. Profundo conhecedor da Cidade que viu crescer ao longo dos últimos 50 anos como morador e profissionalmente, após suceder o pai na imobiliária da família, o presidente do Creci-SP chama atenção para falhas recentes na infraestrutura urbana.
“Estamos criando núcleos de aglomeração acima da capacidade da infraestrutura local. Já não se encontra mais lugar para estacionar em nenhuma via pública dos principais bairros, mesmo fora da temporada e dos finais de semana prolongados. Os comércios de frente para o mar não têm absolutamente nenhuma vaga. Isso cria uma dificuldade para aqueles que frequentam a Cidade, que não têm uma disponibilidade de lojas, restaurantes e serviços de frente para a praia. Há muitos anos, deixou de ser interessante ter qualquer tipo de comércio de frente para o mar”, alerta Viana Neto.
O presidente do Creci-SP também cita a necessidade de melhorias na segurança pública e de adaptação das redes de água e esgoto a fim de atender corretamente essa nova demanda de uma população que cresce rapidamente.
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Na avaliação de Viana Neto, negligenciar essa questão pode afetar negativamente a qualidade de vida dos praiagrandenses e prejudicar a imagem da cidade.
“Tivemos na última temporada uma crise sanitária muito forte. Enfrentamos uma situação perigosa que repercutiu em todo o território nacional de forma muito negativa. Tivemos uma virose que se alastrou para a Cidade toda e o esgoto que voltou da rede para as bocas-de-lobo, para as ruas, com vazamento nas calçadas, depois escorrendo pela sarjeta em vários pontos. E a Sabesp não deu conta de resolver rapidamente. O atendimento médico ficou congestionado, as farmácias ficaram sem remédio”, critica o presidente do Creci-SP.
Diante da rápida mudança de cenário nas últimas três décadas, Viana Neto considera fundamental que a Prefeitura aprimore as ferramentas de planejamento.
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“Os responsáveis pelo planejamento urbano têm a responsabilidade de evitar esse excesso de aglomeração, precisam rever o licenciamento de prédios altos, com 25, 30 andares. Moro em uma rua que ficou abarrotada de grandes prédios. O barulho é muito grande e o volume de automóveis é maior. Com o progresso vem também o problema de roubos e assaltos, que ficaram comuns em determinados momentos”, conclui o presidente do Creci-SP.