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Os combates no leste da Ucrânia se intensificaram nesta sexta-feira durante uma ofensiva organizada pelos rebeldes, que pretendem dominar um entroncamento ferroviário estratégico antes do início do cessar-fogo, marcado para ter início neste final de semana. Ao menos 25 pessoas morreram na região.
Apesar do acordo de paz assinado pelos líderes da Rússia, Ucrânia, Alemanha e França nesta quinta-feira em Minsk, os confrontos têm aumentado. A chanceler alemã, Angela Merkel, descreveu o cessar-fogo, que entra em vigor no domingo, como uma "luz de esperança". Entretanto, o acordo parece ter desencadeado uma guerra de última hora por território. A data marcada para os dois lados deterem as hostilidades é domingo, um minuto após a meia-noite.
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De acordo com militares da Ucrânia, a cidade ferroviária de Debaltseve, em poder do governo, recebeu dezenas de armas e foguetes em um período de 24 horas após a reunião em Minsk.
Andriy Lysenko, porta-voz da força militar da Ucrânia, afirmou que 11 soldados foram mortos e 40 feridos na quinta-feira, no leste do país. Autoridades regionais leais a Kiev confirmaram ao menos sete mortes de civis, enquanto os rebeldes disseram que outras sete pessoas foram mortas em ataques de artilharia nas cidades de Luhansk e Horlivka, sob domínio separatista.
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Segundo repórteres da Associated Press, havia bombardeio intenso ao longo da estrada ao norte de Debaltseve. A cidade é a última ainda conectada ao resto do território controlado pelo governo.
De acordo com a agência de notícias ucraniana Interfax, o vice-ministro da defesa, Petro Mekhed, afirmou que as forças rebeldes irão hastear suas bandeiras em Debaltseve e Mariupol no domingo. Recentemente, os separatistas cercaram as forças ucranianas em quase todo o entorno de Debaltseve. A maioria dos cidadãos da cidade já fugiram por conta dos confrontos.
Para a Ucrânia, Debaltseve deve permanecer sob controle do governo, segundo os termos de um acordo assinado em setembro do ano passado. Uma cópia do acordo vazou para a imprensa ucraniana e mostra a cidade do lado de dentro da linha de divisão assinada por rebeldes e membros do governo. Entretanto, Vladimir Putin, presidente da Rússia, e Petro Poroshenko, presidente da Ucrânia, discordaram sobre o futuro de Debaltseve no encontro em Minsk de quinta-feira.
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O acesso ucraniano à única rodovia que ainda liga a cidade ao resto do território controlado pelo governo parece ter sido comprometido com a conquista de Lohvynove, território ao norte de Debaltseve. Repórteres da Associated Press avistaram caminhões militares ucranianos em chamas na cidade de Luhanske, a dez quilômetros de distância.
O batalhão de Donbass, unidade do exército ucraniano envolvida nos confrontos ao redor de Lohvynove, declarou que rebeldes capturados confirmaram o envolvimento de tropas russas na ação.
Nesta sexta-feira, bombas atingiram cidades como Artemivsk, que fica 40 quilômetros dentro da linha sob comando do governo. Repórteres da Associated Press viram o corpo de uma criança morta após uma bomba ter atingido um jardim de infância, mas não se sabe quem foi o responsável pelo ataque.
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Moscou nega veementemente que fornece armas e soldados para as forças rebeldes, mas a enorme quantidade de artilharia pesada do lado rebelde deixa dúvidas. Segundo o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, a Rússia vai ajudar no processo de paz sem interferir diretamente nas questões locais. "Nós simplesmente não podemos interferir fisicamente, porque a Rússia não participa desse conflito", disse.
O cessar-fogo será monitorado pela Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE). Lamberto Zannier, secretário-geral da organização, espera que com o acordo, os confrontos sejam interrompidos. Para ele, os combatentes terão de se esforçar para permitir que a missão de paz, que usa câmeras instaladas em drones, seja bem-sucedida. "Nossos materiais foram alvo de ataques diversas vezes, funcionários foram capturados. Precisamos de uma mudança de atitude", comentou.
Após o cessar-fogo, o próximo passo é a formação de uma zona de segurança entre as forças ucranianas e os rebeldes. Cada lado deve retirar sua artilharia pesada da linha do front, criando uma área de 50 a 140 quilômetros de distância. A ação tem início marcado para a próxima segunda-feira e deve ser finalizada em duas semanas.
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