A escolha do novo Papa será realizada durante um processo conhecido como 'conclave' / Vatican News/Reprodução
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A morte do Papa Francisco nesta segunda-feira (21) é marcada por muitas dúvidas sobre o futuro da Igreja Católica.
Em suma, a frase "Habemus Papam", acompanhada da tradicional fumaça branca, são os sinais de que um novo Papa foi escolhido após o período do Conclave. Isso acontece poucos dias depois do falecimento ou da renúncia do último cardeal que ocupava o posto de líder da Igreja Católica.
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Inclusive, existe até uma teoria de que Francisco é o último Para. Entenda o que diz a 'Profecia dos Papas'.
Após o falecimento ou renúncia de um Papa, a votação para escolha de quem ocupará seu posto acontece nos dias seguintes. O novo morador da Cátedra de São Pedro é votado por meio de um processo sigiloso e muitas modificações já aconteceram ao longo da história.
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Só que a definição atual começou em 1271, pelo papa Gregório X, cujo processo demorou quase dois anos.
Para evitar que a próxima votação fosse tão longa, foi determinado que os cardeais teriam que realizar a escolha em no máximo três dias. Neste meio tempo, para incentivar a rapidez, a alimentação seria reduzida para o período da manhã e da tarde.
Se depois de cinco dias a votação não fosse concluída, eles recebiam apenas pão, água e vinho. Essa foi uma das formas encontradas para que os cardeais estivessem com foco total à vontade divina, abertos e em unidade.
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Com o conclave recebendo atualizações com o decorrer dos anos, onde as normas atuais foram determinadas por João Paulo II em sua Constituição Apostólica Universi Dominici Gregis.
Agora, a assembleia de cardeais reúne-se com total sigilo e isolamento, onde cardeais vindos do mundo inteiro integram o total de 120 votantes para a escolha do novo Vigário de Cristo.
A cerimônia começa em um dia de intensa oração, que se inicia pela Santa Missa, onde os cardeais realizam uma procissão à Capela Sistina, e pedem o Espírito Santo com a conhecida oração "Veni Creator Spiritus" e se fecham em uma chave.
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Então o mestre de cerimônias pronuncia o "Extra Omnes!" ("Fora Todos!", para deixar no recinto apenas os cardeais que irão participar da votação). As portas então se fecham e ficam sob a proteção da Guarda Suíça.
Para ser eleito como papa, o escolhido precisa receber dois terços do total de 120 votos, onde nenhum cardeal pode se abster do voto, nem votar em si mesmo. As rodadas de votação acontecem quatro vezes ao dia: duas votações matutinas e duas vespertinas.
Caso a maioria dos votos não seja alcançada, os papéis são queimados em produtos químicos que convertem a fumaça na cor negra, indicando ao mundo exterior que a eleição prossegue ainda sem resultado final.
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Se não houver nenhum escolhido depois de três dias, a votação é suspensa para um dia de oração, discussão e exortação espiritual. Neste cenário há então mais sete votações e mais uma pausa com o mesmo propósito. Essa situação pode acontecer por mais duas vezes.
Caso uma solução não seja apresentada, os cardeais decidem se a próxima eleição será escolhida por maioria absoluta, em uma espécie de "Segundo turno", onde os dois que receberem mais votos na votação anterior podem ser escolhidos por votação absoluta.
Passada as etapas e com um eleito final, o cardeal mais velho pede o consentimento do eleito com a pergunta “Aceita a sua eleição canônica como Sumo Pontífice?”. Em caso de afirmativo, os papéis são queimados com produtos que convertem a fumaça na cor branca, como anúncio da escolha definitiva ao mundo externo, acompanhada dos sinos da Basílica de São Pedro.
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Após o resultado final, o sucessor eleito se dirige a uma pequena sala contígua onde o esperam as vestes papais. O local é conhecido como "Sala das Lágrimas", pois conforme a tradição todos os eleitos choram ali, por conta da magnitude do que acabam de assumir.
Ao vestir a manta, o sucessor escolhe seu nome e é revelado ao mundo diante do discurso
Anuncio-vos uma grande alegria;
Temos um Papa;
O eminentíssimo e reverendíssimo Senhor,
Dom (nome em latim).
Cardeal da Santa Romana Igreja (sobrenome no idioma original).
Que se impôs o nome de (nome papal em latim).
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