O prefeito César Nascimento afirmou que, enquanto estiver à frente da administração municipal, o pátio não será instalado na Ilha do Tatu / Divulgação/PMC
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A Prefeitura de Cubatão, parlamentares e a comunidade local se uniram contra a proposta da Autoridade Portuária de Santos (APS) de instalar um pátio regulador de caminhões na Ilha do Tatu, área de preservação ambiental que abriga manguezais e ninhais do guará-vermelho, ave símbolo da cidade.
O posicionamento foi reforçado durante o lançamento da ‘Frente Parlamentar em Defesa dos Ninhais de Guará-Vermelho’, realizado nesta quinta-feira (20) na Câmara Municipal.
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O prefeito César Nascimento afirmou que, enquanto estiver à frente da administração municipal, o pátio não será instalado na Ilha do Tatu.
Ele criticou a falta de diálogo da APS com a Prefeitura e a população, destacando que a área é protegida pelo Plano Diretor da cidade e que a rota proposta para os caminhões passaria por vias inadequadas para veículos de grande porte, como bitrens e rodotrens.
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A Ilha do Tatu, com 1 milhão de m², está localizada no coração de núcleos habitacionais que somam mais de 40 mil habitantes.
Além disso, a área abriga um importante bioma de manguezal, essencial para a preservação do guará-vermelho.
A instalação do pátio, que prevê a circulação diária de até 1.020 caminhões, geraria impactos ambientais e sociais significativos, incluindo a degradação do ecossistema e o aumento do tráfego pesado próximo a residências.
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O deputado estadual Paulo Corrêa propôs a criação de uma comissão mista, formada por representantes da Prefeitura, do Legislativo e da sociedade civil, para dialogar com a APS. A comissão deve receber a Autoridade Portuária em Cubatão ainda em março.
A Prefeitura de Cubatão ofereceu uma área alternativa de 1 milhão de m² no Polo Industrial da cidade, às margens da Rodovia Cônego Domênico Rangoni, para a instalação do pátio.
A região já possui licenciamento ambiental e é considerada mais adequada para o empreendimento.
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A proposta foi apresentada ao vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, durante audiência no Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).
O secretário de Governo, Allan Matias, destacou inconsistências no projeto da APS, como a previsão de circulação de caminhões pela Avenida Brasil e pela Estrada Metalúrgico Ricardo Reis, vias que não suportam o tráfego pesado.
Ele também questionou a falta de estudos ambientais prévios e a ausência de diálogo com a comunidade.
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O representante da APS, Sidnei Aranha, defendeu que áreas de preservação permanente não são intocáveis e que o empreendimento pode ser viabilizado com compensações ambientais.
No entanto, a Prefeitura e a sociedade civil reforçam que a Ilha do Tatu não é o local adequado para o pátio, dada sua importância ecológica e os impactos negativos para a população.