Cotidiano

Comitê e Sabesp divergem sobre nível do Cantareira

A distorção dos números ocorre porque a Sabesp não considerou que o acréscimo do "volume morto" também elevou a capacidade total do sistema de 981,56 bilhões de litros para 1,164 trilhão de litros

Publicado em 19/05/2014 às 13:50

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O comitê anticrise que monitora a seca do Sistema Cantareira divulgou nesta segunda-feira, 19, que o nível de armazenamento de água do principal manancial paulista é 15,6% menor do que o informado pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp).

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Segundo o grupo técnico liderado pela Agência Nacional de Águas (ANA) e pelo Departamento de Água e Energia Elétrica (DAEE), o Cantareira está com 22,2% da capacidade, com o acréscimo de 182,5 bilhões de litros do chamado "volume morto", que começou a ser captado na última quinta-feira, 15. Para a Sabesp, contudo, o índice é de 26,3%.

A distorção dos números ocorre porque a Sabesp não considerou em seus cálculos que o acréscimo do "volume morto" também elevou a capacidade total do sistema de 981,56 bilhões de litros para 1,164 trilhão de litros. Desta forma, para a concessionária, o nível atual de 257,93 bilhões de litros representa 26,3% da capacidade anterior do sistema: 981,56 bilhões de litros.

Para o comitê anticrise, contudo, o índice atual corresponde a 22,2% da nova capacidade do sistema: 1,164 trilhão de litros. Segundo o relatório divulgado nesta segunda-feira pelo grupo, a vazão afluente aos principais reservatórios do Cantareira está em 13,03 mil litros por segundo, o que equivale a 38% da média histórica do mês.

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O comitê anticrise que monitora a seca do Sistema divulgou nesta que o nível de armazenamento de água do principal manancial paulista é 15,6% menor do que o informado Sabesp (Foto: Sabesp)

Ao custo de R$ 80 milhões, a captação inédita do "volume morto" teve início na última quinta-feira pela Sabesp nas represas Jaguari-Jacareí, em Joanópolis, com a retirada de 105 bilhões de litros. Naquele dia, o sistema estava com apenas 8,2% da capacidade, índice mais baixo de sua história. No próximo mês, a companhia deve concluir as obras para captar a reserva profunda da Represa Atibainha, em Nazaré Paulista.

Segundo informações fornecidas pela Sabesp ao comitê anticrise, o uso do "volume morto" seria suficiente para abastecer a Grande São Paulo até o fim de novembro. Há duas semanas, o secretário estadual de Saneamento e Recursos Hídricos, Mauro Arce, garantiu o abastecimento de água na região sem adoção de racionamento generalizado até março de 2015. Na última semana, contudo, um diretor da Sabesp informou que a reserva profunda deve durar até outubro.

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O jornal O Estado de S. Paulo questionou a Sabesp sobre a diferença dos dados de medição do nível do Cantareira, mas ainda não obteve resposta. O índice medido pela companhia tem sido divulgado pela assessoria de imprensa da companhia porque o site onde a concessionária faz a atualização diária do nível dos mananciais que abastecem a Grande São Paulo está fora do ar.

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