Cotidiano

Comitê dos Jogos de 2016 garante risco zero nas águas do Rio e descarta Búzios

A situação que mais preocupa é da baía, local das provas de vela. Em função disso, ganha força uma campanha para que essa competição mude para Búzios, na Região dos Lagos

Publicado em 31/07/2015 às 11:43

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Faltando menos de uma semana do marco de um ano do início dos Jogos do Rio-2016, a poluição das águas da Baía de Guanabara, da Lagoa Rodrigo de Freitas e da praia de Copacabana ganhou as manchetes do mundo inteiro. Uma investigação da agência de notícias Associated Press (AP) apontou para a presença de “níveis perigosamente altos de vírus e bactérias de esgoto humano em locais de competições”. A situação que mais preocupa é da baía, local das provas de vela. Em função disso, ganha força uma campanha para que essa competição mude para Búzios, na Região dos Lagos.

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Além da pressão de comitês olímpicos internacionais - como o norte-americano, que encaminhou pedido à Federação Internacional de Vela solicitando a mudança de local -, a cidade de Armação de Búzios iniciou campanha para sediar a competição de vela. Na semana passada, uma carta de intenções foi encaminhada a autoridades e ao Comitê Rio-2016.

“Búzios está pronta. Temos mais de 12 mil leitos, 250 restaurantes e o principal: águas limpas, um mar cristalino e raias conhecidas”, argumentou Thomas Weber, porta-voz da campanha. “Estamos muito esperançosos”.

A poluição das águas da Baía de Guanabara ganhou as manchetes do mundo inteiro (Foto: Fernando Frazão/ Agência Brasil)

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A mudança de última hora, porém, não deve acontecer. “Não existe hipótese de as competições de vela serem transferidas para outra localidade”, garantiu, em nota, o Comitê Rio-2016. “A qualidade das águas do Rio varia de acordo com as diferentes épocas do ano. O período de melhor qualidade costuma ser o inverno, justamente na época dos Jogos”.

Segundo a AP, 150 amostras de água foram testadas para três tipos de adenovírus humano, além de rotavírus, enterovírus e coliformes fecais. As amostras apontaram níveis altos de adenovírus na Baía de Guanabara, na Lagoa Rodrigo de Freitas e na praia de Copacabana. Também apontou sinais de rotavírus, principal causa mundial de gastroenterite.

O Comitê Rio informou que sua “principal prioridade” é proteger a saúde e o bem-estar dos atletas. “Garantimos que eles não serão expostos por nós a qualquer risco de saúde”, disse o comitê. “As autoridades brasileiras vêm monitorando semanalmente a qualidade da água da Baía de Guanabara, das praias e das lagoas, de acordo com os parâmetros recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS)”.

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Realizados pela Universidade Feevale, de Novo Hamburgo (RS), os testes de água foram questionados pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea), do Rio. “O Inea não reconhece para fins de balneabilidade a metodologia da Universidade de Novo Hamburgo. A universidade ou o especialista está parecendo buscar notoriedade”, rebateu, por meio de nota.

A Feevale também se posicionou. “Trata-se de um projeto em que a AP paga os custos das análises e os pesquisadores envolvidos não recebem nenhum valor para tanto. Os dados são de propriedade da AP e as análises são realizadas usando os protocolos descritos na literatura científica para esse fim”.

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