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No Brasil, a principal causa de mortalidade materno-fetal é a hipertensão gestacional. Segundo a coordenadora da Saúde da Mulher de São Vicente, Maria Virginia de Oliveira e Oliveira, medidas simples como o acompanhamento pré-natal, com a realização de diversas consultas e exames, podem reduzir os índices de partos prematuros e óbitos neonatais.
“É preciso ressaltar a importância do pré-natal, não importa se na rede pública ou privada de saúde. O que acontece é que muitas pacientes não procuram assistência, que, por sua vez, também pode ser deficitária (sem qualidade)”, afirma a coordenadora. O tema foi discutido ontem (26) em uma reunião do Comitê de Mortalidade Materno-Infantil de São Vicente. Os encontros acontecem uma vez por mês.
Maria Virginia explica que a partir da 34ª semana de gestação a grávida precisa ficar atenta às consultas, que passam a ser semanais. “Nessa fase, o bebê já tem uma melhora da questão pulmonar, mas ainda não está pronto para nascer. Caso isso ocorra, o bebê prematuro necessitará de cuidados especiais”, ressalta.
Entre os principais desafios do Comitê está a diminuição dos indíces de mortalidade materno-fetal e infantil no Município. Desde o ano de 2000, o número de ocorrências tem sido reduzido, no entanto, a preocupação ainda está nas áreas de maior vulnerabilidade social, onde se concentra grande parte dos casos.
Os partos realizados na rede privada também foram abordados durante a reunião. “Muitas vezes essa mulher realiza todo o pré-natal na rede pública, porém tem seu bebê em uma unidade particular (contrata o serviço apenas para o parto). O acompanhamento de um caso de risco pode ser dificultado caso a mãe demore a procurar uma unidade de saúde”, disse Ana Lucia Passarelli, coordenadora da Saúde da Criança de São Vicente.
De acordo com Ana Lucia, as ações do comitê são voltadas principalmente à investigação dos casos e solução dos problemas, e também ao planejamento familiar. Ela ressalta que, desde 2007, o município realiza a busca da gestante faltosa (que não comparece às consultas), e o programa “Pré-Natal do Parceiro”. “Se ela tem um parceiro fixo, ele é convidado a participar das consultas. Isso evita com a gestante possa se contaminar por uma Doença Sexualmente Transmissível (DST), por exemplo. Além disso, o parceiro também tem a oportunidade de cuidar da própria saúde”, disse.
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