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A Comissão Especial de Vereadores (CEV) da Câmara de Cubatão que apura irregularidades no Cemitério Municipal encerrou as oitivas e, na quarta-feira, dia 29, deve apresentar o relatório final. Na última quarta-feira, dia 22, e ontem, os vereadores ouviram os últimos envolvidos.
No primeiro dia, a CEV ouviu Eloisa Moreira da Silva, vizinha da família de Braulino José de Carvalho, sepultado em 07 de julho de 2008. O caso dele foi denunciado no último dia 17 de setembro pela professora Silvia Regina de Carvalho Gomes que, depois ter conhecimento sobre a denúncia de Roberta Reis, viúva de Luiz Antônio dos Reis Neto (primeiro caso denunciado), também revelou um caso semelhante ocorrido com os restos mortais de seu pai.
Eloísa informou à comissão que visitava regularmente o cemitério e que, em outubro de 2013, percebeu que a campa de Braulino havia sido violada, uma vez que a placa de identificação e o retrato não estavam mais no local, além disso, havia sinais de concreto novo. A vizinha da família Carvalho também confirmou a informação de que foi ela que avisou a família de Braulino sobre o ocorrido.
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A comissão também ouviu o coveiro Thiago Nunes, que trabalha há 11 anos no Cemitério de Cubatão. Ele informou que tomou conhecimento pela imprensa sobre o caso do sumiço dos restos mortais de Luiz Antônio. Afirmou também que os coveiros fazem as exumações mediante uma listagem. ”O problema é que este documento só consta os números das campas”, explicou.
Segundo Nunes, a lista é publicada em edital pela Prefeitura e depois de um mês é entregue aos coveiros, explicando que quando os coveiros identificam que os restos mortais a serem exumados não possuem cinco anos de sepultamento, não fazem o procedimento e comunicam a administração. Nunes declarou ainda que tem certeza que os restos mortais de Luiz Antônio estão no ossuário geral número 6, pois é o mais próximo do muro onde o corpo estava sepultado.
Sobre a relação com o empresário Raimundo Silva, que atuava irregularmente no Cemitério, o coveiro afirmou que o pedreiro dizia a todos que tinha autorização para atuar no local e garantiu que nenhum dos coveiros fez a exumação dos restos mortais do filho de seo Raimundo.
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Outras pessoas foram ouvidas entre quarta e quinta-feira, mas os depoimentos mais aguardados não ocorreram: o do atual secretário municipal de Saúde, Rafael Abreu, que não pôde comparecer por motivos pessoais e o do empresário Raimundo da Silva, que foi convocado pela segunda vez pela Câmara, mas desta vez preferiu não se pronunciar por recomendações de seus advogados.