Cotidiano

Comércio vai sofrer com demissões na Usiminas

Vice-presidente do Sindicato de Comércio Varejista da Baixada Santista, Omar Abdul Assaf, calcula os prejuízos que a Região pode ter com a paralisação de áreas primárias da empresa

Publicado em 08/11/2015 às 11:29

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A população de Cubatão está apreensiva com as possíveis demissões anunciadas na semana passada pela Usiminas. O comércio regional também teme o futuro com a paralisação temporária de áreas primárias da empresa. Além da questão cultural, o anúncio da antiga Cosipa influencia diretamente na economia da Cidade e de toda a Região.

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“A gente espera que não afete tanto. Temos esperança que todas estas pessoas que estão atuando para tentar reverter isto tenham êxito. Isto será uma violência para a Baixada. Foi feito um levantamento de que isso pode ser R$ 250 milhões a menos girando na economia. É um efeito danoso porque ela é uma empresa muito importante para a Região”, lamenta o vice- presidente do Sindicato de Comércio Varejista da Baixada Santista, Omar Abdul Assaf.

Segundo Assaf, a paralisação de parte da siderúrgica vai atingir não só os trabalhadores e consumidores como também empresas de diversos setores. “Todos os seus funcionários trabalham na Baixada, consomem em toda a Baixada. Isso irá afetar várias empresas que prestam serviços para Usiminas e outras empresas que prestam serviços para as empreiteiras. É como jogar uma pedra no lado e as ondas vão longe, uma atrás da outra, sem você conseguir enxergar onde ela vai parar”, comenta.

Mesmo com números que assustam qualquer trabalhador, cerca de oito mil demissões, o vice-presidente acredita na possibilidade de reverter a situação. “O Sindicato não está medindo esforços para apoiar qualquer medida, tanto do Governo Federal, quanto do Governo Estadual. A gente viu o governo salvar banco, salvar montadoras, salvar vários setores da economia. Esta é uma empresa importante com empregos de qualidade, também merece atenção”, conclui.

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Segundo representante dos comerciantes, todo o comércio da Região será afetado (Foto: Luiz Torres/DL)

Preocupação

Já a população está menos confiante. O encanador industrial José Gilvan está há dois meses em Cubatão. Baiano, veio para a Região procurar por vaga no Polo Industrial, mas até agora não encontrou nenhuma oportunidade. “Esta notícia da Usiminas é péssima. O Brasil está afundando”, constata o nordestino, que vende cortinas artesanais na Avenida Nove de Abril para se manter.

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O mesmo acontece com Francisco Assis, morador de Santos, que vende garrafas de mel na avenida principal do Centro de Cubatão para levantar alguma renda enquanto não consegue emprego. “No começo do ano ainda conseguia vender um pouco, mas agora as vendas estão muito ruins. Imagina sem a Usiminas aqui. Emprego já está difícil, vai ficar muito pior”.

Para a cozinheira Josefa Nália, moradora do Jardim Casqueiro, em Cubatão, a paralisação da empresa afeta diretamente a sua família. “Marido, filho e genro trabalham na área da Usiminas. Nós estamos com medo. Vai ser muito difícil se todos ficarem sem emprego. A paralisação da empresa é a pior coisa que poderia acontecer para nós”, lamenta.

Assim como todos que a Reportagem do DL ouviu na última semana na Avenida Nove de Abril, a aposentada Lúcia Helena Gouveia, moradora do Jardim 31 de Março, em Cubatão, também prevê tempos difíceis para a Região. “Meu marido está desempregado há seis meses. Trabalhava em uma empreiteira dentro da Usiminas. A Cidade já está sofrendo com isso, as lojas já estão com o movimento mais fraco. Até os artesanatos que eu vendia estão encalhando. A tendência é piorar. Nunca vi uma situação como esta”, finaliza.

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Protesto

Cubatão e Região estão se mobilizando para evitar que tantas demissões aconteçam em quatro meses, conforme anunciou a Usiminas. Na próxima quarta-feira, dia 11, mais de 60 sindicatos se organizarão em protesto em frente ao Paço Municipal, a partir das 11 horas. Para que todos possam participar deste manifesto, a prefeita Marcia Rosa (PT) decretou ponto facultativo na Cidade. A intenção é parar a Baixada e chamar a atenção das autoridades e dos empresários para o problema que se instalou na Região.

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