Cotidiano

Com restaurantes em crise, Chef cozinha de casa para driblar desemprego

Após perda de emprego, Chef lançou coxinhas de costela ao barbecue, carne seca com catupiry e croquete de ragu de maminha

Vanessa Pimentel

Publicado em 25/04/2021 às 12:08

Atualizado em 25/04/2021 às 12:25

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Há sabores de quitutes como costela ao barbecue, carne seca com catupiry e croquete de ragu de maminha; casal oferece buffet completo. / Nair Bueno/Diário do Litoral

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Maykon Iglesias, 36 anos, é chef de cozinha e antes de a pandemia começar tinha dois empregos: era o responsável pelos quitutes servidos em um clube de pôquer santista e também cozinheiro no restaurante de um hotel.

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Com a crise sanitária, teve o primeiro contrato suspenso por alguns meses, voltou a trabalhar mas acabou pedindo demissão em janeiro deste ano por causa de atrasos no salário. Poucos dias depois foi demitido do hotel por falta de movimento no restaurante.

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"Eu realmente entendi a demissão porque tinha vezes que saia um prato só durante um dia inteiro. A área da gastronomia foi muito afetada com a pandemia e eu acho que vai demorar pra voltar a contratar no meu setor, não crio mais expectativa de um novo emprego tão cedo", analisa Maykon.

A esposa, Ana Carolina Iglesias, 35 anos, além de trabalhar como contadora, já fazia doces por encomenda para ajudar nos gastos que tem com a filha atleta, e Maykon decidiu começar também.

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"A gente comprou um apartamento em julho e pouco tempo depois eu fiquei sem trabalho. Tenho muitos anos de cozinha, já tive um buffet, então voltei a fazer salgados".

Para inovar, lançou sabores como costela ao barbecue, carne seca com catupiry e croquete de ragu de maminha. A ideia fez sucesso, mas "não dá pra romantizar esse empreendedorismo corrido que a pandemia causou", diz ele.

"Teve semana que eu vendi 50 salgados, é muito difícil. Fora que tive que me adaptar a cozinhar em uma cozinha pequena, sem lugar pra fazer o estoque e com um filho pequeno em casa", explica Maykon.

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Ele diz que, como não tem a máquina de fazer salgados, ele mesmo molda um a um à mão, pesa, frita e embala. Para conseguir entregar um pedido grande, chegou a ficar 36h sem dormir. "Leva de 6h a 7h para modelar 500 salgados".

Hoje, a renda compensa e já é maior do que a que Maykon ganhava trabalhando em dois restaurantes, mas como varia de acordo com os pedidos de mês a mês, não dá para ficar tranquilo.

"Pagamos nosso apartamento, nossas contas, mas não é nada fácil. Os insumos estão muito caros e é difícil repassar para os produtos que vendemos. A gente não passa necessidade, mas estamos muito apertados".

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O plano para o futuro é juntar dinheiro para comprar a máquina de salgados. Com ela, a produção dobra e será possível expandir a empresa. "Ela custa R$ 7 mil, tô tentando juntar esse valor e vamos conseguir com o tempo".

DOCES

A esposa, Ana Carolina, começou a fazer doces para pagar as viagens e campeonatos da filha, que é atleta da patinação artística. Juntos, os dois oferecem buffet completo. Antes do marido perder o emprego, o que entrava com a venda dos doces era para a atleta, agora é divido entre a casa e a filha.

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"A patinação é um esporte caro e envolve muitas viagens", explica Ana.

Quem quiser encomendar, pode entrar em contato pelo WhatsApp (13) 98158 5776 / (13) 98133 0935, com ao menos 24h de antecedência para pedidos grandes. No Instagram, também é possível seguir a página @brigadeiross_da_carol.

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