Usuários não têm refúgios exclusivos, mas podem usar as bases operacionais da concessionária / Thiago Neme/Gazeta de S. Paulo
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Por Marcelo Thomaz
Da Gazeta de S. Paulo
O Sistema Anchieta-Imigrantes (SAI) é a principal ligação entre a região metropolitana e o litoral de São Paulo e deve receber entre 300 e 500 mil carros durante o período de Carnaval. Antes do feriado a reportagem da Gazeta desceu a serra para conferir a qualidade do serviço administrado pela Ecovias, que conta com o pedágio mais caro do país: R$ 25,60.
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Apesar de não contarem com refúgios exclusivos, os usuários que precisam de apoio podem utilizar cinco bases operacionais da concessionária. São três na Imigrantes (km 28 sentido litoral e km 56 e 62 sentido Capital) e duas na Anchieta (km 40 sentido litoral e km 19 sentido Capital).
Nesses locais, quem passa por problemas com o veículo ou tem a necessidade de ir ao banheiro ou parar para descansar dispõe de atendimento de emergência, auxílio mecânico, guinchos de plantão, sanitários e bebedouros.
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Essa foi a sorte do comerciante Carlos Henrique de Araújo Oliva, de 48 anos, que viu sua Fiorino esquentar e precisou encostar na altura do km 30, sentido litoral, da Imigrantes. “Eu não tenho do que reclamar. Fui muito bem atendido e de maneira rápida. Meu carro já havia apresentado falhas na subida para São Paulo. Na ocasião, o serviço de apoio não demorou nem 15 minutos. Recebi a assistência necessária e fomos guinchados até Diadema”, relatou.
A mãe de Oliva, Selma, de 72 anos, é proprietária de uma loja de armarinhos e presentes em Santos há mais de 50 anos. Apesar de reclamar do alto valor do pedágio, ela diz nunca ter ficado na mão. “Pagar R$ 25 é um absurdo, mas o serviço da Ecovias é um dos melhores nas estradas paulistas”.
O socorro chegou rápido, mas como o problema era mecânico e não poderia ser resolvido ali, o veículo foi guinchado novamente para um posto de combustíveis próximo.
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Na volta, sentido Capital, ao parar para fazer algumas imagens, a reportagem foi abordada por um veículo do serviço de inspeção de tráfego. Segundo a Ecovias, são três equipes como essa que circulam 24 horas por dia pelas estradas do SAI para assegurar as melhores condições de tráfego. Elas mantêm contato direto com o Centro de Controle Operacional (CCO) da concessionária para detectar e solucionar anormalidades nas estradas. O funcionário perguntou se estava tudo bem e seguiu viagem.
A concessionária também disponibiliza um serviço de auxílio mecânico gratuito que oferece dois tipos de atendimento na própria rodovia: troca de pneus e recarga de bateria. Além disso, seis ambulâncias e uma UTI cobrem acidentes ou outros tipos de emergências.
Banheiros e telefones
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A reportagem também conferiu a qualidade dos banheiros nas bases operacionais da Ecovias. Apesar de faltarem sinalizações indicativas para alertar o motorista sobre o serviço, no posto do km 28 tanto o sanitário masculino quanto o feminino eram limpos e tinham água, descarga e papel higiênico.
Também foram testados telefones de emergência ao longo de todo o trajeto de São Paulo à Cubatão, por cerca de 50 quilômetros. Dos 10 aparelhos checados, apenas um, na altura do km 38, não funcionava.
Reclame aqui
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No site Reclame Aqui (reclameaqui.com.br), a Ecovias foi classificada como “empresa não recomendada”. São 468 queixas, todas respondidas, em tempo médio de 2 dias e 20 horas.
A nota média dada pelos usuários do site é baixa, de 2,75. O índice de solução dos problemas relatados é de 40,1%, enquanto apenas 29,5% dos que reclamaram voltariam a “fazer negócio” com a concessionária.
A maior parte das reclamações diz respeito a falta de manutenção, a demora em operações de comboio e a falta de iluminação – que é responsabilidade da AES Eletropaulo – e sinalização.
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Problemas de limpeza e placas
No final de dezembro, a Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp) ameaçou multar a Ecovias em até R$ 391 mil por irregularidades verificadas na Imigrantes durante a “Blitz Olho Vivo”, realizada no dia de Natal. Dos 78 problemas encontrados, a concessionária já havia reparado 67 depois de vistorias feitas anteriormente. Entre as irregularidades apontadas estavam problemas de drenagem, falta de limpeza e varredura da pista e sinalização vertical.
Em nota, a Ecovias afirmou que nenhuma das 11 não conformidades sinalizadas representam riscos aos usuários que trafegam pelo SAI, pois são, muitas vezes, consequência de ações de vandalismo — como lixo na faixa de domínio, por exemplo, e avarias em defensas metálicas. “Nestes casos, o esforço da concessionária em realizar o trabalho diário e constante de manutenção e conservação pode ser impactado, mas não compromete a operação da rodovia nos níveis de qualidade que são a marca da Ecovias”.
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*O Jornal Gazeta de S.Paulo integra o mesmo grupo de comunicação do Diário do Litoral