Cotidiano

'Colchão de Pedra' entra no Youtube no Dia Mundial da Alimentação

A Universidade Santa Cecília (Unisanta) lança neste domingo (16) Dia Mundial da Alimentação o documentário Colchão de Pedra na plataforma Youtube. O filme contou com o apoio cultural do Diário do Litoral

Da Reportagem

Publicado em 16/10/2022 às 12:04

Atualizado em 16/10/2022 às 12:18

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Documentário Colchao de Pedra, realizado com alunos de Jornalismo, ouviu o drama de quem vive a dureza das ruas de Santos / Divulgação

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A Universidade Santa Cecília (Unisanta) lança neste domingo (16) – Dia Mundial da Alimentação – o documentário Colchão de Pedra na plataforma Youtube. O filme contou com o apoio cultural do Diário do Litoral.  

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A busca diária e desesperada por comida exposta no filme, dificultada pela aporofobia, arquitetura higienista e violência (tripé básico do longa-metragem), sensibiliza o expectador que se vê diante de revelações fortes e emocionantes de pessoas em situação de rua que, claramente, têm os direitos humanos retirados.

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Roteirizado e dirigido pelo jornalista Carlos Ratton, o filme foi lançado em 20 de setembro e, desde então, vem percorrendo diversos espaços na região da Baixada santista, onde ocorre debates sobre a vulnerabilidade social a qual esses seres humanos são submetidos.

Segundo pesquisas, atualmente, cerca de 33 milhões de brasileiros lutam por um prato de comida no Brasil e 125 milhões vivem em situação de insegurança alimentar. Com 42.240 registros, a cidade de São Paulo é a capital com o maior número de pessoas em situação de rua. Na sequência estão Rio de Janeiro, com 10.624 registros, e Belo Horizonte, com 10.241.

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A população em situação de rua no Brasil cresceu cerca de 16% somente entre os meses de dezembro de 2021 e maio deste ano. Em dezembro de 2021, segundo cadastros no CadÚnico, eram 158.191 pessoas vivendo nas ruas do Brasil. Em maio deste ano, o número saltou para 184.638.

Os dados são do Observatório Brasileiro de Políticas Públicas com a População em Situação de Rua, plataforma do Programa Transdisciplinar Polos de Cidadania da Universidade Federal de Minas Gerais (POLOS-UFMG). Os pesquisadores da UFMG avaliam que os indicadores são apenas uma amostra da real situação, considerando que há uma subnotificação da população em situação de rua no CadÚnico que varia entre 45 e 50%.

Para realizar o filme, Ratton - conhecido por suas inúmeras reportagens investigativas, uma delas inclusive finalista do prêmio Esso de Jornalismo - se uniu ao cineasta Tony Valentte, que assina a direção de fotografia e a edição. O projeto ainda envolveu alunos de jornalismo da universidade e levou cerca de três meses para ser produzido. 

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“Esse filme reflete uma parcela da sociedade que não sabe lidar com a miséria humana e que, por causa disso, se cerca de ferramentas hostis para afastá-la de sua porta. Quando não consegue, usa o poder público para tirá-la da frente, nem que seja preciso a força bruta”, afirma Ratton.

Uma das feridas expostas no filme é a grande incapacidade de uma parcela da população de lidar, ou melhor, admitir que a extrema pobreza se espalha por todo o país, não só na cidade de Santos. “Ela já é parte da rotina que torna as pessoas em situação de rua vulneráveis e invisíveis”, garante Ratton. 

Segundo a obra, a extrema pobreza, que mais incomoda pela estética do que gera indignação e caridade, gera problemas sociais que poder público ainda não conseguiu resolver. “É muita gente sob marquises, dentro de prédios abandonados, na porta de comércios, restaurantes e equipamentos públicos que fornecem comida”, completa Ratton, ressaltando que, no Restaurante público Bom Prato, no Centro de Santos, a demanda só aumenta e não só de pessoas em situação de rua, mas trabalhadores e famílias inteiras. 

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Conforme o último censo realizado pela Universidade Federal de São Paulo, em parceria com a Prefeitura de Santos, no ano de 2019, quase mil pessoas estavam em situação de rua no município. Dez anos antes, eram 507. Ou seja, um aumento de cerca de 100%, na Cidade que tem em seu brasão a frase “Pátria da Caridade e Liberdade”.

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