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Os cinco corintianos acusados de envolvimento na morte do torcedor Kevin Espada dependem de detalhes burocráticos para serem liberados da penitenciária San Pedro, em Oruro, na Bolívia. A informação é da embaixada brasileira em La Paz e dos advogados de defesa.
Na tarde desta quarta-feira, o advogado de defesa, Davi Gebara, chegou a afirmar que Cleuter Barreto Barros, Leandro Silva de Oliveira, José Carlos da Silva Júnior, Marco Aurélio Nefreire e Reginaldo Coelho "já estavam no asfalto" e "deveriam chegar ao Brasil até sexta". O Twitter da principal torcida organizada do clube chegou a comemorar. "Hoje não tem jogo do Coringão, mas temos a vitória dos nossos irmãos que conquistaram sua Liberdade e estarão de volta", informou o Twitter oficial da organizada corintiana.
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À noite, a embaixada disse à reportagem que o processo ainda não estava totalmente concluído e que faltava o despacho final. Por meio de uma nota em seu site oficial, o Corinthians negou que os corintianos tivessem sido libertados.
O passo mais importante para a liberação definitiva foi dado nesta quarta. O Ministério da Justiça anunciou um acordo em que o Corinthians vai pagar US$ 50 mil (R$ 110 mil) em indenização à família de Kevin. A negociação, feita entre a justiça boliviana e os advogados de defesa do clube, foi intermediada pela Defensoria Pública da União e pelo Ministério Público do Distrito de Oruro. Esse pagamento permitiu a que a justiça boliviana aceitasse libertar os cinco torcedores. "É um processo administrativo. O Ministério já concordou com a liberação", recuou o advogado à noite.
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Os cinco corintianos integram um grupo de 12 acusados de envolvimento no disparo do sinalizador que matou Kevin no jogo entre San José e Corinthians, no dia 20 de fevereiro, pela Copa Libertadores. Sete deles foram soltos em junho.
Sem punição
Se confirmada, a liberação dos corintianos significa que o processo pode ser encerrado sem que o autor do disparo seja efetivamente punido. De acordo com a Vara da Infância e da Juventude de São Paulo, a libertação dos 12 corintianos indica que a justiça boliviana acatou a confissão do torcedor corintiano de 17 anos que assumiu a autoria do disparo
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A partir da confissão, o menor será julgado de acordo com as leis bolivianas, mas não deve cumprir a pena (se for condenado). Como é menor de idade, ele é inimputável pelas leis brasileiras. Além disso, a lei proíbe a extradição de brasileiro nato. "Mesmo que seja condenado, ele não vai cumprir a pena. O menor só iria para a prisão caso se apresentasse espontaneamente na Bolívia", explicou Thales Cézar de Oliveira, promotor responsável pelo caso no Brasil.
Como o mesmo crime não pode ser julgado em dois países diferentes, o Ministério Público de São Paulo deve encerrar o processo brasileiro. Para isso, aguarda apenas uma confirmação oficial da justiça boliviana.
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